Apesar de se ter afirmado inicialmente junto do grande público enquanto actriz, Irmatem, contudo, no canto e na composição, a mais antiga expressão de um talento que revelou ainda criança e que agora abraça, em paralelo àrepresentação. Nasceu em Lisboa, mas a sua identidade reflecte forte influência da cultura angolana, ou não fosse Angola o país de origem dos avós com quem cresceu. Aos 12 anos herdou uma guitarra da mãe, instrumento que não mais parou de explorar, ao mesmo tempo que se começou a aventurar na escrita de canções, primeiro dentro do seu quarto, a pouco e pouco abrindo a porta para o mundo. Licenciada em Artes Performativas, porque sempre acreditou que música, teatro e dança se complementam, somou váriospapéis enquanto actriz de ficção transmitida nos vários canais de televisão e já fez parte do elenco dos musicais "Entre o céu e a terra", "A Bela e o Monstro", "Terra dos Sonhos", "Eusébio, um hino do futebol" e "ZOO". "Primavera", o seu álbum de estreia, foi editado em 2020. O disco apresenta canções com música e letras de sua autoria, partilhando os arranjos e produção com Pity. O single de apresentação, "A Qualquer Hora", foi escrito dez anos antes e recorda que "não há condição para amar".
Querubim é uma banda de indie-pop, natural de Carnaxide (Oeiras), formada por Rodrigo Cardoso (voz), António Fortunato (baixo), Ricardo Barroso (guitarra), Francisco Cardoso (bateria) e António Miguel (sintetizadores). Em 2019, quando estudava Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa, Rodrigo Cardoso começou a conciliar a comunicação com a música. Publicou as suas primeiras composições na Internet e actuou ao vivo pela primeira vez. Criou o projecto Boémia que, mais tarde, se transformou em Querubim e já lançou o primeiro álbum, "Saber Estar", em Novembro de 2020.
O foco no Cinemax Curtas dedicado ao jovem realizador Diogo Baldaia termina com a curta-metragem "Destiny Deluxe". Numa cidade que carrega o peso de expectativas falhadas e ausências profundas, seguimos o dia de três jovens adultos. À medida que a realidade lhes falha, o destino cria uma espécie de espaço virtual feito de memórias, melancolia e ocasiões raras em que o único desfecho possível é a total absorção para uma outra realidade.
Argumento: Beth Calabro Oulman (EUA) e Nicholas Oulman
Fotografia: João Pedro Plácido, Sebastian Gallo (Argentina)
Música: Diogo Cerejo Fragoso
Produção: Ukbar Filmes, Paulo de Sousa, MVR Produções, Utopica Cine
Com: Anita Sanders, Arlette Sanders, Helga Liné, Irving Redel, Leon Zanger, Martin Nussbaun, Miriam Klein Kassenoff, Nina Miness, Solomon Berenholz
Sinopse: Onde estão hoje os refugiados que fugiram do nazismo rumo a Portugal? Como chegaram a este porto de abrigo no extremo da Europa? E como os acolheram os portugueses?
Entre 1933 e 1944, centenas de milhares de judeus atravessaram a Europa, em fuga, até Portugal, a última porta para a liberdade. Despojados de todos os bens, obrigados a abandonar as famílias, deixaram para trás não só o seu país, mas também a sua identidade.
Guiados pelas histórias extraordinárias de Lolita, Ralph, Edmond e Rachel, entre outros, testemunhamos as memórias, reconstruindo a viagem até Portugal. O que sentiram, o que viveram, como lidaram com o que lhes era imposto, que força era aquela que os fazia continuar, como se viam uns aos outros, como conviviam com os portugueses, como partiram sem olhar para trás e em que medida a tragédia que viveram afectou o resto das suas vidas.
O documentário de Nicholas Oulman, realizador português de origem judaica, traça uma história sobre o êxodo que fez milhões de judeus deixarem Berlim e rumarem a sul, aquando da ascensão de Adolf Hitler. Baseando-se nas memórias de alguns sobreviventes (hoje com cerca de 80 anos de idade), descreve os périplos de uma crise de refugiados que encontrou (para mais de 100 mil) um porto seguro em Portugal, um porto de esperança a caminho de um recomeço, enquanto circulavam notícias do horror dos campos de concentração.
Composto totalmente por imagens de arquivo, recorda um período negro da história de Portugal e da Europa, através do ponto de vista de alguns sobreviventes que recordam o que presenciaram e viveram quando eram crianças e adolescentes. Antevendo os maus tempos que se avizinhavam, muitos judeus deixaram Berlim, enquanto outros, não acreditando que a situação política se deteriorasse, ali permaneceram até ser tarde demais. Hitler desenvolve rapidamente uma ideologia antissemita e, em simultâneo, a indústria bélica. Invade grande parte da Europa e estende a perseguição aos judeus nos territórios que ocupa. Com a tomada de França, em 1940, cai um bastião da liberdade.
Três milhões de refugiados rumam a sul. Nenhum judeu estava a salvo. Como conseguiram sobreviver? Em que circunstâncias? Que viagem foram obrigados a fazer? Mais de cem mil judeus tiveram uma coisa em comum: a sua passagem por Portugal, onde viveram em zonas de residência fixa. Portugal, um país conservador, sob a ditadura de Salazar, acolheu uma grande população de judeus refugiados, o que causou grande impacto social no país.
A partir de 1942, começaram a circular rumores de histórias de horror sobre os campos de concentração de Hitler, onde era levado a cabo o homicídio em massa de judeus. Portugal foi apenas um lugar temporário para os judeus que lutavam para recomeçar as suas vidas com tudo o que isso implicava: vistos para novas terras, meios de transporte, dinheiro, sobrevivência… Portugal foi um enorme porto de esperança.