LETRAS LUSAS: "Odisseia Magnífica", de António Graça de Abreu
Editora: Guerra & Paz
Sinopse: António Graça de Abreu, um dos poucos sinólogos portugueses, viajante impenitente da China, por cujas cidades, províncias e regiões viajou e conheceu ao longo de 40 anos, começou, em Janeiro de 2020, uma singular jornada marítima, a sua segunda volta ao mundo. Foi a vez de Itália, França, Espanha, Portugal, Cabo Verde, Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Peru, Polinésia Francesa, Nova Zelândia, Austrália… A intenção era, de novo, saciar o fulgor do olhar, ir em busca da complexidade dos quotidianos das gentes espalhadas pelos mil recantos do globo, navegando ao sabor de todos os mares, na abertura a horizontes esparramados pela imensidão dos oceanos. E, em silêncio, contemplar a sombra da sua própria sombra.
A navegação teve também a mão e a orientação do périplo de Fernão de Magalhães, há quinhentos anos sulcando quase as mesmas águas. Depois, meio à deriva, durante mais de um mês, pelo Pacífico, pelo Índico, pelo mar Vermelho, pelo Mediterrâneo, ainda e sempre no navio Magnífica, em tempo de pandemia, rasgavam-se os mares em busca de um acolhedor bom porto. Este é o diário de bordo de uma fantástica aventura interrompida pela covid-19.
António Graça de Abreu nasceu no Porto, em 1947. Licenciado em Filologia Germânica e mestre em História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa, foi professor de Língua e Cultura Portuguesa em Pequim e Xangai e tradutor nas Edições de Pequim em Línguas Estrangeiras, entre 1977 e 1981. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação Oriente. Leccionou Sinologia na Universidade Nova de Lisboa, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, em Lisboa, na ex-Missão de Macau, em Lisboa, e fá-lo actualmente no Museu do Oriente e na Universidade de Aveiro. Traduziu para português O Pavilhão do Ocidente (1985), teatro clássico chinês, os Poemas de Li Bai (1990), Prémio Nacional de Tradução 1991, Poemas de Bai Juyi (1991), Poemas de Wang Wei (1993), Poemas de Han Shan (2009) e o Tao Te Ching, de Lao Zi (2013). É autor dos livros de poesia China de Jade (1997), China de Seda (2001), Terra de Musgo e Alegria (2005), China de Lótus (2006), Cálice de Neblinas e Silêncios (2008), A Cor das Cerejeiras (2010), da biografia de D. Frei Alexandre de Gouveia (1751-1808), bispo de Pequim (2004) e de Toda a China I (2013). É co-autor de Sinica Lusitana, vol. I e II (2000 e 2004). Entre 1996 e 2002, pertenceu ao board da European Association of Chinese Studies (Heidelberg e Oxford).