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alma-lusa

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26
Mai20

LETRAS LUSAS: "A Torre da Barbela", de Ruben A.

 

Editora: Livros do Brasil

 

Sinopse: Todas as tardes, ao cair do crepúsculo, no momento em que termina a visita dos turistas à Torre da Barbela, edificada por Dom Raymundo da Barbela, com trinta e dois metros de altura e classificada como monumento nacional por ser a única torre triangular da Península, os Barbela ressuscitam, trazendo consigo ódios e amores de outras épocas.

 

Em volta da Torre transfigurada, reúnem-se os parentes modernos e antigos da família, "primos vestidos em séculos diferentes e com bigodes conforme a época". Entre eles contam-se Dom Raymundo, poeta e primo de Dom Afonso Henriques, ao lado de quem combateu contra os leoneses; o Cavaleiro de aventuras, que percorre os montes com Vilancete, grande garrano da Ribeira de Lima, e seguido por Abelardo, o falcão que o auxilia na caça; a linda D. Mafalda, cujo formato dos vestidos copia os modelos de Watteau e Fragonard e se corresponde com Beckford; a princesa Brites, célebre no século XIX; Madeleine, "prima que veio de Paris cheia de cores"; Frey Ciro, o santo da família, e a bruxa de São Semedo.

 

A Torre da Barbela conta-nos as ironias de oito séculos de paixão por enguias fumadas e do amor entre o Cavaleiro mais lendário do mundo e a sua prima francesa, de pessoas que só sabem falar da véspera ou do que já passou e de um local onde é difícil fazer qualquer coisa que não esteja estabelecida há quatrocentos anos. Este romance foi publicado em 1964 e conheceu três edições em vida do autor e uma reedição, pela editora Presença, em 1983. Foi distinguido com o prémio Ricardo Malheiros, da Academia de Ciências de Lisboa.

 

Ruben A. - Citações, Frases e Aforismos - Citador

 

Ruben A., Ruben Alfredo Andresen Leitão, nasceu a 26 de Maio de 1920, em Lisboa. Formado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Coimbra, foi docente na área da Língua e Cultura Portuguesas na Universidade de Londres, entre 1947 e 1952. Estreou-se em 1949 com Páginas, misto de diário e ficção, um texto que sairia ao longo dos anos seguintes, em seis volumes. Destacam-se ainda, na novelística, os romances Caranguejo (1954), narrativamente escrito de trás para a frente, sem numeração de página, e A Torre da Barbela (1964), onde o autor funde a ficção biográfica e a ficção histórica. A segunda metade da década de 60 será marcada pela publicação dos três volumes autobiográficos O Mundo à Minha Procura. A sua escrita distingue-se pelo recurso a inteligentíssimos jogos de linguagem, desconstrução dos eixos narrativos tradicionais, subversão cronológica dos eventos passados e, claro, pela crítica irónica a uma certa forma de ser português. Alguns meses antes da sua morte, foi convidado a dar aulas na Universidade de Oxford. Morreu em Londres, a 26 de Setembro de 1975.

 

26
Mai20

ESTREIA TV: A Herdade - versão série (HBO Portugal - disponível a partir 26 Maio)

A imagem pode conter: 1 pessoa, texto

 

Realização: Tiago Guedes

Argumento: Rui Cardoso Martins e Tiago Guedes

Direcção Fotografia: João Lança Morais 

Montagem: Roberto Perpignani (Itália)

Produção: Paulo Branco (Leopardo Filmes e Alfama Films)

Locais filmagens: Herdade da Barroca d'Alva (Alcochete), Herdade do Rio Frio (Alcochete e Palmela)

 

Elenco: Albano Jerónimo, Sandra Faleiro, Miguel Borges, João Vicente, João Pedro Mamede, Ana Vilela da Costa, Rodrigo Tomás, Beatriz Brás, Teresa Madruga, Diogo Dória, Ana Bustorff, Victoria Guerra, Álvaro Correia, Cândido Ferreira, António Simão, Tonan Quito, Fernando Rodrigues, Américo Silva, Dinis Gomes, Jorge Lourenço, Catarina Rôlo Salgueiro, Marco Paiva, João Arrais, Filipe Vargas, Marcello Urgeghe, Jorge Mota, Gabriel Timóteo, Luís Garcia, Eduardo Aguilar, Gonçalo Abreu, David Esteves, Henrique Gil, Nuno Fonseca, Henrique Serra, Celine Mestre, Henrique Gomes, Susie Filipe, Cláudia Mansos, Frederico Serpa

 

Sinopse: A saga de uma família proprietária de um dos maiores latifúndios da Europa, na margem sul do rio Tejo, convida-nos a mergulhar profundamente nos segredos da sua Herdade, fazendo o retrato da vida histórica, política, social e financeira de Portugal, dos anos 40, atravessando a Revolução do 25 de Abril e até aos dias de hoje.

 

Prémios: Prémio Bisato d'Oro para Melhor Realização no Festival de Veneza 2019

Filme português candidato à nomeação para a categoria de Óscar de Melhor Filme Estrangeiro 2019

 

O filme "A Herdade" estreou nas salas de cinema nacionais em Setembro de 2019. Depois do grande sucesso a nível nacional e internacional,  a RTP1 estreou em televisão o formato de mini-série, com 4 episódios, que foram exibidos nos dias 30 de Abril e 1 de Maio. A partir desta terça-feira, 26 de Maio, a mini-série "A Herdade" passa a estar disponível na plataforma de stremaming da HBO POrtugal.

 

26
Mai20

DOC TV: Lina e Raül Refree - Ensaio Geral (RTP2 - 23h25)

 

Realização: António Sabino e Pedro Gonçalves

 

Sinopse: Refree, o catalão que assinou a produção de Rosalía e também de Elche, El Niño ou Lee Ranaldo, dos Sonic Youth, encontrou na fadista Lina, e no reportório de Amália, o seu mais recente desafio.

 

Numa noite de fados, as vozes mostram-se autênticas: sem amplificação, sem adornos e sem filtros, apenas nervo e talento, alma e paixão. Raül Refree entende bem o que é isso da paixão e como marca as vozes, tendo assinado a produção de Los Angeles, o álbum que colocou o fenómeno internacional Rosalía no mapa.

 

Por isso mesmo, o músico e produtor não teve dúvidas quando ouviu Lina cantar no Clube de Fado, uma das mais reputadas casas desta cultura na capital, pouso certo de grandes vozes e viveiro de muitos talentos resguardados por Mário Pacheco, guitarrista que acompanhou os maiores artistas, incluindo a eterna Amália. E foi aí, à meia-luz, num momento solene e autêntico, que Refree se apaixonou pela voz de Lina.

 

A ideia de se juntarem num estúdio foi imediata e pouco depois cruzaram-se ambos numa sala especial, nos arredores da capital. Rodeado de sintetizadores vintage, de Moogs e Arps, de Oberheims e Rolands, mas também com o piano muito perto, Raül emoldurou a voz de Lina em névoa analógica, deixando as guitarras do fado na nossa imaginação, mas retendo toda a força de uma garganta carregada de verdade.

 

Lina mostrou-se à altura do desafio. Estudante atenta da obra de Amália, escolheu uma série de pérolas do repertório da Diva com o intuito de as usar como base de comunicação. Como se este projecto nascesse de uma busca do assombro, da essência. Este documentário de António Sabino e Pedro Gonçalves mostra esta colaboração inédita, uma dupla improvável, mas onde a química foi natural.

 

Já com um percurso dentro do fado muito sólido, mas também com estudos de canto lírico que lhe moldaram a entrega séria que possui, Lina partiu para esta aventura com uma bagagem muito funda, com plena noção do que a sua voz consegue transmitir. Os arranjos resultaram extraordinários.

 

Refree, que tem uma longa carreira na pop mais desafiante e que como produtor já assinou dezenas de trabalhos, de Sílvia Perez Cruz a El Niño de Elche ou Lee Ranaldo, além da já mencionada Rosalía, é um artista de extraordinária intuição. A curiosidade sobre o fado também o tinha acercado da obra de Amália Rodrigues em que identificou uma força universal tão intensa quanto a que marcava os clássicos de flamenco que bem conhecia.

 

Concordaram ambos imediatamente que deveriam explorar o reportório da eterna fadista, despindo-o dos dogmas instrumentais do fado, mas retendo a sua mais funda alma.  Lina, com voz maturada pelas noites nas casas de fado, pela sua própria devoção por Amália e por todas as grandes vozes que ouviu, sentiu e estudou, é uma artista verdadeiramente especial: soa como se tivesse nascido no meio da história, a ouvir as divas a ecoarem nas vielas da sua imaginação. Soa autêntica e comovente. E por isso conquistou Refree.

 

Em temas como "Barco Negro" ou "Foi Deus", "Avé Maria Fadista", "Medo" ou "Gaivota", qualquer um deles um monumento maior da memória do fado, Lina mostra-se artista completa, verdadeira e de um talento capaz de nos assombrar a todos. As suas interpretações são sobretudo humanas, emocionantes, preferindo arrancar as palavras ao coração do que moldá-las com a técnica que também estudou.

 

Essa entrega oferece uma outra luz ao fado nos arranjos que Raül Refree lhe preparou. Sem truques ou filtros, mas com arte e com uma abordagem nunca antes tentada vestindo o fado com uma inédita roupagem electrónica que, ao invés de o desvirtuar, só lhe reforça a condição universal.

 

O Fado é Património Imaterial da Humanidade, uma cultura que ajuda a identificar um país que anda nas bocas do mundo e que tem atraído muitos artistas a Lisboa. Vindos de fora, esses artistas buscam no fado um terreno ainda imaculado, um rasgo de autenticidade num universo musical tantas vezes rendido ao artifício. Foi exactamente isso que trouxe Refree a Lisboa. Essa busca do que é novo e sem tempo, do que estremece e que o mundo precisa de ouvir. Mesmo que para tanto seja necessário desafiar as regras. É assim, afinal de contas, que se faz história.

 

 

 

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