LETRAS LUSAS: "As Batalhas do Caia", de Mário Cláudio
Editora: Dom Quixote
Sinopse: Nos seus tempos de cônsul em Inglaterra e França, Eça de Queirós endereçou a Ramalho Ortigão algumas cartas sobre um romance que tencionava escrever, prevendo o seu êxito retumbante e deliciando-se com o escândalo que provocaria na sociedade portuguesa, que detestaria ver a Pátria retratada como uma nação miserável à boleia do mundo e humilhada por uma invasão espanhola, mesmo que isso acabasse por regenerá-la.
É a partir dessas cartas, e de um conto que Eça deixou incompleto («A Catástrofe»), que Mário Cláudio constrói o presente romance, colocando, aliás, no centro da intriga, o escritor oitocentista lutando quotidianamente com as angústias da criação literária.
Mas, se em vida a obra ficou pelo caminho, na ficção ela vai-se cumprindo página a página, para gáudio dos leitores que, assim, poderão assistir aos últimos vinte anos da vida de Eça, doente e cansado como o seu Portugal decadente, e à grande prosa de Mário Cláudio que, dialogando magistralmente com a obra queirosiana, nunca corre o perigo de se deixar contaminar.
Mário Cláudio, de nome verdadeiro Rui Manuel Pinto Barbot Costa, nasceu a 6 de Novembro de 1941, no Porto. Ficcionista, poeta, dramaturgo e ensaísta, é formado em Direito pela Universidade de Coimbra, diplomado com o Curso de Bibliotecário-Arquivista, da Faculdade de Letras da mesma Universidade, e Master of Arts em Biblioteconomia e Ciências Documentais, pela Universidade de Londres. É autor de uma vasta e multifacetada obra que abarca a ficção, a crónica, a poesia, a dramaturgia e o ensaio e se encontra traduzida em várias línguas. Foi galardoado com, entre outros, o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores-DGLAB (atribuído duas vezes), o Prémio PEN Clube, o Prémio Eça de Queiroz, o Prémio Vergílio Ferreira, o Prémio Fernando Namora e o Prémio Pessoa, sendo igualmente titular de várias condecorações nacionais e estrangeiras.