LETRAS LUSAS: "Alma", de Manuel Alegre
Editora: Dom Quixote
Sinopse: A memória nostálgica dos lugares encantatórios da infância. De Alma, vila mágica onde convivem tradição e subversão, melancolia e audácia, crendices, ideologia e futebol. Dessa infância vêm os cheiros, os sons, as imagens e as emoções que norteiam a vida. Toda a vida: não há flecha que não tenha o arco da infância.
Pela voz audaciosa de quem não receia dar-se a conhecer, chegam-nos os ecos de um Portugal dividido entre a República e a Monarquia, um país que era, à época, o mundo de uma criança expectante e atenta. Um testemunho autobiográfico que é também um documento histórico de um passado recente que muitos ignoram.
O romance "Alma", originalmente publicado em 1995, regressa às livrarias na sua 16ª edição. Esta nova edição traz como novidades um prefácio do antigo Presidente da República Mário Soares (1924-2017) e, no final, um curto texto do escritor Luiz Pacheco (1925-2008), sobre o romance, retirado do seu livro "Isto de Estar Vivo" (2000).
Manuel Alegre nasceu a 12 de Maio de 1936, em Águeda. Estudou em Lisboa, no Porto e na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Foi campeão de natação e actor do Teatro Universitário de Coimbra (TEUC). Em 1961 é mobilizado para Angola. Preso pela PIDE, passa seis meses na Fortaleza de S. Paulo, em Luanda, onde escreve grande parte dos poemas do seu primeiro livro, Praça da Canção. Em Outubro de 1964, é eleito membro do comité nacional da Frente Patriótica de Libertação Nacional e passa a trabalhar em Argel, capital da Argélia, na emissora Voz da Liberdade. Regressa a Portugal após o 25 de Abril de 1974. Dirigente histórico do Partido Socialista desde 1974, foi vice-presidente da Assembleia da República de 1995 a 2009 e, em 2006 e 2011, candidatou-se à Presidência da República. A sua vasta obra literária, que inclui o romance, o conto, o ensaio, mas sobretudo a poesia, tem sido amplamente difundida e aclamada. Foram-lhe atribuídos os mais distintos prémios literários: Grande Prémio de Poesia da APE-CTT, Prémio da Crítica Literária da AICL, Prémio Fernando Namora, Prémio Pessoa, em 1999, Prémio Dom Dinis, Prémio Vida Literária da APE, Prémio de Consagração de Carreira da SPA, Grande Prémio de Literatura, Prémio Guerra Junqueiro, entre outros. Em 2017, recebeu o Prémio Camões e foi doutorado honoris causa pela Universidade de Pádua, em Itália. Já em 2019, recebeu o Prémio Vida e Obra atribuído pela Sociedade Portuguesa de Autores. Manuel Alegre tem sido distinguido por inúmeras condecorações e medalhas, em Portugal e no estrangeiro, como a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade ou a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago de Espada.