CINE ESTREIA: "Zeus", de Paulo Filipe Monteiro
Realização e Argumento: Paulo Filipe Monteiro
Fotografia: João Ribeiro, Mário Castanheira e Vasco Viana
Montagem: Tomás Baltazar
Produção: Happygénio (Pedro Bento)
Locais rodagem: Lisboa, Algarve e Bougie (Argélia)
Música: Bernardo Sassetti, do disco "Ascent"; Anouar Brahem (Tunísia), dos discos "Al Birwa" e "Souvenance"; Vítor Rua, do disco "Of Serenity"; Dead Combo, dos discos "2004" e "Lusitânia Playboys"; Line Monty (Argélia), "Ya oumni"; Mohamed El Kamel (Argélia), "Zman ouel Lyoum"; Lévon Minassian (França), "They have taken the one I love"; Hector Berlioz (França), de "Le Spectre de la rose", por L'Orchestre de la Suisse Romande, dirigida por Ernest Ansermet, soprano Régine Crespin
Elenco: Sinde Filipe, Boualem Zeblah (Argélia), Carloto Cotta, Catarina Luís, Fodil Assoul (Argélia), Idir Benebouiche (Argélia), Ivo Canelas, Miguel Cunha, Mohamed Lefkir (Argélia), Paulo Pinto, Paulo Pires, Rita Brütt, Sid Ahmed Agoumi (Argélia), Filipa Areosa, Carla Chambel, Inês Conde, Teresa Faria, Constança Machado Leite, Joaquim Nicolau, Vítor Pinto, Sylvie Rocha, Carlos Santos
Sinopse: Manuel Teixeira Gomes, criado no sul de Portugal, diante do mar, numa cultura muito árabe. No começo do século XX é um talentoso escritor, muito sensual na sua prosa e muito livre no seus temas quase sempre eróticos. Em 1923 é eleito Presidente da República. O filme começa nesses anos agitados: a ascensão do fascismo é o contexto dramático das iniciativas de Teixeira Gomes que, apesar das constantes revoltas militares, consegue formar governos reformistas. E, de repente, Teixeira Gomes parte. Pede a demissão e procura o primeiro barco que sai de Lisboa. É um cargueiro, chama-se Zeus.
Esta é a história real de Manuel Teixeira Gomes. Um escritor de óptima literatura erótica é eleito Presidente da República – caso único no mundo. Promove políticas reformistas, apoia os operários, combate a banca. Mas, ao fim de 26 meses, diz: «Basta! Estou farto. Qual é o primeiro barco a sair de Lisboa? Não é daqui a um mês, é já. Zeus? É um cargueiro? Não me importa, hão-de levar-me. Não me interessa para onde vão. Parto sem um papel, nada que me lembre a minha vida de escritor ou de Presidente.» E assim, aos 65 anos, muda de vida. Vai para o Norte de África, convive com os nómadas do deserto, instala-se na Argélia, aí morre 15 anos depois. A sua vida deu um filme: um hino à vida, à liberdade, à coragem, ao sensualismo e à amizade.
Prémios: Melhor Actor (Sinde Filipe) no Festival de Cinema de Bombaim (Índia, 2016)
Melhor Actor (Sinde Filipe), Melhor Actor Secundário (Miguel Cunha), Melhor Caracterização (Sara Menitra) e Melhor Guarda-Roupa (Sílvia Grabowski) no Festival Caminhos do Cinema Português 2016
Manuel Teixeira Gomes nasceu em Portimão, em 1860. Foi o sétimo Presidente da República (6 Outubro 1923 a 11 Dezembro 1925). Além de estadista foi também escritor, deixando uma considerável obra literária. Faleceu a 18 de Outubro de 1941, na cidade argelina de Bougie, onde existe uma praça, um liceu e um busto com o seu nome.
Busto de Manuel Teixeira Gomes em Bougie (Argélia)
Paulo Filipe Monteiro nasceu em Coimbra, em 1965. É argumentista, realizador, actor e professor universitário. No teatro, tem trabalhado como dramaturgo, actor e encenador. Em cinema e televisão, como guionista ou actor. Ensina drama, cinema e ficção na Universidade Nova de Lisboa, onde em 1995 se doutorou com uma investigação sobre o cinema português e onde, em 2003, fez a sua agregação em Teorias do Drama e do Espectáculo. Foi Presidente da Comissão Científica e Coordenador do Departamento de Ciências da Comunicação. Foi Presidente da Associação Portuguesa de Argumentistas e Dramaturgos. Publicou numerosos artigos e quatro livros. Deu conferências e workshops em Portugal, Espanha, França, Bélgica, Alemanha, Irlanda, Brasil e Estados Unidos. Realizou a curta-metragem "Amor Cego" e estreia-se agora na realização de longas-metragens, com "Zeus".
Filmografia:
Zeus (2017)
Amor Cego (curta-metragem, 2010)