Editora: Manuscrito
Sinopse: Na madrugada de 4 de Novembro de 1917, quando faziam exactamente cento e três dias sobre a saída de Vitória de Lisboa, Andrew dava entrada no hospital de Arras. E a vida de Vitória altera-se para sempre.
Desde que entrara no cenário de guerra, onde numa questão de segundos se podia viver ou morrer, ficar louco, cego ou sem braços, Vitória aprendera que a vida nos conduz, de forma sinuosa, para constantes acasos.
Chegara a França para acompanhar o marido, soldado do contingente português na Primeira Guerra Mundial, deixando para trás os filhos e a família tradicional que a moldara. Um acaso fá-la ingressar no corpo de enfermagem como voluntária num hospital inglês e, por outro acaso, estava de serviço naquela madrugada em que ficou incumbida de cuidar do soldado da cama sete. Um herói de guerra, médico, celebrizado nas trincheiras por salvar vidas.
Luísa Beltrão regressa à escrita com esta obra, Vitória, um romance poderoso de amor e de guerra. Pelos olhos de Vitória vemos passar a calamidade do conflito que assolou a Europa, conhecemos a história de uma família dividida pela guerra, questionamos o sentido da vida e das nossas expectativas. E sentimos a solidão, aquele vazio assustador que antecede a esperança.
Luísa Beltrão é autora premiada da tetralogia Uma História Privada, que inclui os romances Os Pioneiros, Os Impetuosos, Os Bem-Aventurados e Os Mal-Amados. Escreveu ainda muitas outras obras de literatura, biografia e ainda ensaio, entre elas Todos Vulneráveis (1999), O Desafio da Cidadania na Escola (2000), Uma Pedra no Sapato (2004), a biografia de Maria de Lourdes Pintasilgo Uma História para o Futuro (2007), O Príncipe Perfeito (2011) ou Moscas nos Olhos (2014). Recebeu, em 1996, o Prémio Máxima Revelação Literária, em 2005 o Prémio Máxima de Literatura, em 2013 o Prémio Femina de Literatura e mereceu ainda o Prémio Mulher Activa, em 2011, pelo seu papel notável na sociedade. Licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e profissionalizada pela Universidade Aberta, entre 1981 e 2008 foi professora de Filosofia, Psicologia, Psicossociologia e Sociologia. Desde então dedica-se exclusivamente à escrita, à família - tem sete filhos, 17 netos e uma bisneta - e ao associativismo, motivação que lhe adveio especialmente pela filha mais nova, Luísa, com deficiência intelectual. Entre 1990 e 1992, foi directora executiva da AFID (Associação de Famílias para a Integração do Deficiente) e, em 2008, fundou a associação Pais em Rede, de que é directora executiva nacional. Conta ainda no currículo com um projeto de inovação pedagógica com alunos problemáticos (1996/98), diversas palestras e artigos sobre Literatura, História e Pedagogia.