Autoria: Maria Júlia Fernandes
Produção: Ana Lucas
Imagem: Albano Espírito Santo
Edição de Imagem: Paulo Alexandre
Som: António Garcia
Sonoplastia: Carlos Nunes
Pesquisa: Catarina Matos
Locução: Luís Lucas
Sinopse: Chama-se Rua das Portas de Santo Antão e já viveu melhores dias. Como grande parte da zona histórica de Lisboa, está um pouco decadente mas, se procurarmos bem, ainda conseguimos descobrir restos de antigas glórias.
Situada junto à muralha fernandina, caminho de entrada de carroças de víveres que abasteciam Lisboa e porta de saída de quem largava a cidade, num dado momento da sua história a rua viu-se povoada de elegantes e aristocráticos palácios de condes e de outros membros da aristocracia. Alguns nobres que a habitavam, amantes de enredos teatrais, chegaram a sustentar, a expensas suas, um teatrinho, logo crismado de Teatro dos Condes, já desaparecido, que ficava nas imediações do muito posterior Cinema Condes, também desaparecido.
A Casa do Alentejo e o Ateneu foram palácios construídos para moradia de condes. Há muito que o não são. O palácio que durou mais tempo como casa de família foi o dos Rio Maior. Hoje está em ruínas. Mas ninguém dá por ele, escondido atrás de uns muros altos, discretos, de que foi revestido na reconstrução pombalina.
A Rua das Portas de Santo Antão foi também um lugar de perdição. Nos anos vinte do século passado era aqui que se encontravam os cabarés, os casinos, a prostituição fina e a "maldita" cocaína.
Estas são algumas das histórias que podemos descobrir nesta rua de condes que perdeu importância depois da inauguração da Avenida da Liberdade, mas que nunca perdeu a pose.