José Fonseca e Costa (1933 - 2015)
Faleceu hoje, aos 82 anos, o realizador José Fonseca e Costa, símbolo da geração do Novo Cinema Português na década de 1970.
José Fonseca e Costa nasceu em Caála, Angola, a 27 de Junho de 1933 e veio para Lisboa em 1945. Entre 1951 e 1955 frequentou, sem chegar a concluir, o curso de Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Troca o Direito pelas artes cinematográficas e inicia o seu percurso profissional em Itália, nos anos 60, num estágio com o realizador Michelangelo Antonioni no filme "O Eclipse". Membro da direcção do Cineclube Imagem, fez crítica de cinema nas revistas Imagem e Seara Nova. Traduziu para português livros de teoria cinematográfica da autoria de Eisenstein, Guido Aristarco e alguns romances como Il Compagno, de Cesare Pavese, e Passione di Rosa, de Alba de Cespedes, entre outros. Foi sócio fundador e dirigente, nos anos 1960, do Centro Português de Cinema e, mais recentemente, da Associação de Realizadores de Cinema e Audiovisuais, de cuja primeira direcção foi presidente.
Fonseca e Costa é um dos maiores nomes da geração do Novo Cinema em Portugal. Os seus filmes mais emblemáticos são Kilas, o Mau da Fita (1981), Sem Sombra de Pecado (1983), Balada da Praia dos Cães (1987), A Mulher do Próximo (1988) ou Cinco Dias, Cinco Noites (1996). Os seus trabalhos mais recentes foram O Fascínio (2003) e Viúva Rica Solteira Não Fica (2006) e o documentário Os Mistérios de Lisboa (2009). Actulamente, José Fonseca e Costa encontrava-se a filmar um novo filme, uma adaptação de Axilas, um conto do escritor brasileiro Rubem Fonseca, com argumento de Mário Botequilha e produção de Paulo Branco.
José Fonseca e Costa, irmão da actriz Cucha Carvalheiro, faleceu vítima de pneumonia, motivada por leucemia. Em 2014, a Academia Portuguesa de Cinema atribuiu-lhe o prémio de carreira.