António Tavares vence Prémio Leya 2015
Foi hoje anunciado o vencedor do Prémio Leya 2015 e o premiado é António Tavares, com "O Coro dos Defuntos", um romance que retrata uma aldeia da Cova da Beira, entre 1968 e o 25 de Abril de 1974, e aborda ainda a emigração na Suíça e nos Estados Unidos.
António Tavares nasceu em Angola, em 1960, e veio para Portugal em 1975. Fez o liceu no Porto, licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra e fez uma pós-graduação em Direito da Comunicação pela mesma universidade. Trabalhou nas áreas da docência, advocacia e jornalismo e, actualmente, é vice-presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz. É autor de várias peças de teatro e ensaios. António Tavares foi finalista do Prémio Leya 2013 com o seu primeiro romance, "As Palavras que me deverão Guiar um Dia".
O Prémio Leya é o maior, em termos monetários, atribuído à literatura de expressão portuguesa. Atribuído desde 2008, já distinguiu o brasileiro Murilo Carvalho com "O Rastro do Jaguar", o moçambicano João Paulo Borges Coelho com "O Olho de Hertzog" e os portugueses João Ricardo Pedro com "O Teu Rosto será o Último", Nuno Camarneiro com "Debaixo de Algum Céu", Gabriela Trindade Ruivo com "Uma Outra Voz" e Afonso Reis Cabral com "O Meu Irmão".
Em relação à obra vencedora da edição de 2015, o júri presidido por Manuel Alegre e composto pelos escritores Nuno Júdice, Pepetela e José Castello, e ainda por José Carlos Seabra Pereira, ensaísta e professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Lourenço do Rosário, reitor do Instituto Politécnico e Universitário de Maputo, e Rita Chaves, professora da Universidade de São Paulo, considerou que "reanima, com conhecimento empático e com ironia, uma ruralidade ancestral - flagrante nos ambientes e nos modos de viver, nos horizontes de crença e nos saberes empíricos, na linguagem e na imaginação mítica" sobre a qual se inscrevem "as notícias das transformações aceleradas do mundo contemporâneo".