"A Cidade na Ponta dos Dedos" - Vinum/ Chocolataria Equador/ Granta Portugal
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É uma visão assombrosa: uma das mais imponentes igrejas do país, com raízes no século XIII, mantém deliberadamente visíveis as marcas do último grande desastre que sofreu. Mas o incêndio que a desfigurou em meados dos anos 50 do século XX foi apenas um dos inúmeros incidentes que a Igreja de São Domingos, em Lisboa, protagonizou.
Sinopse: Neste livro, a autora Paula Almeida ajuda os mais novos a conhecer a história do nosso País e a compreender os principais episódios e figuras da História Nacional.
"A História de Portugal, dos primeiros povos à entrada para a União Europeia, explicada às crianças numa linguagem acessível."
«A Caminho do Manicómio»: assim se intitulava uma notícia do jornal O Intransigente, saída aquando do primeiro número da revista Orpheu, em finais de Março de 1915. Para a maioria dos críticos, a poesia e a prosa contidas nesta revista de vanguarda eram exemplos de decadência literária, sem sentido nem futuro possível. Contrariando as expectativas, a Orpheu fez e ainda faz história.
Com apenas dois números dados à estampa nos primeiros trimestres de 1915, Orpheu revolucionou a literatura nacional e foi o gérmen do movimento modernista em Portugal. Juntou nomes das letras e das artes como Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros ou Santa-Rita Pintor, que ficaram conhecidos como a geração de Orpheu, e inspirou os movimentos literários de renovação da literatura portuguesa que se lhe seguiram.
A relativa exiguidade do espaço cultural português e o seu maior conservadorismo foram decisivos para que Orpheu causasse uma perturbação semelhante a um terramoto que sacudiu a mentalidade, levando à queda de valores estéticos consagrados, em grande parte devido à potência e originalidade da dupla força impulsionadora deste movimento: Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro.
Com a eclosão da Grande Guerra, vários escritores e artistas residentes em Paris — Mário de Sá-Carneiro, José Pacheco e Santa-Rita Pintor — regressaram a Lisboa, trazendo da capital francesa um conhecimento directo das mais recentes correntes artísticas. No início de 1915, Luís de Montalvor, depois de passar dois anos no Rio de Janeiro onde participou intensamente na sua vida literária, voltou a Lisboa com um projecto de revista a que queria chamar Orpheu. Pessoa e Sá-Carneiro, que planeavam já há um ano publicar uma revista intitulada Lusitânia ou Europa, decidiram unir esforços com ele: a revista seria ainda mais internacional, mais cosmopolita e vanguardista, pelo menos na aparência, e abria-lhe novos horizontes ter um co-director brasileiro - Ronald de Carvalho, poeta e amigo íntimo de Montalvor, o co-director português do primeiro número.
Após a morte de Sá-Carneiro, Fernando Pessoa e José Pacheco conseguem imprimir provas parciais para um terceiro número de Orpheu que nunca será completado, mas não morre o sonho de dar continuidade à revista, eventualmente em outros moldes.
Em 1935, Almada Negreiros dedicou grande parte do terceiro número dos seus cadernos Sudoeste à memória da antiga revista, reunindo colaborações de quase todos os órficos, precedidas pelo conhecido texto de Pessoa que termina com a frase: «Orpheu acabou. Orpheu continua».
Para celebrar o seu centenário, esta exposição, comissariada por Richard Zenith, pretende iluminar os caminhos que deram origem à revista, outros caminhos que a cruzaram ou acompanharam, alguns caminhos de continuidade frustrada e os caminhos astrais trilhados no zodíaco.
Apresentam-se originais de Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e outros colaboradores, cartas, publicações da época e obras de artes plásticas de Almada Negreiros, Santa-Rita Pintor e Amadeo de Souza Cardoso. Destacam-se alguns factos pouco conhecidos e estabelecem-se elos que ajudam a compreender o que foi e o que é a Orpheu.
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