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O português Gonçalo Jordão junto a um dos painéis que criou para o filme "Grand Budapest Hotel"
A noite passada realizou-se a 87ª edição dos Óscares, a grande festa do cinema americano, e, entre os vencedores, há um português. Gonçalo Jordão integrou a equipa, dirigida por Anna Pinnock e Adam Stockhausen, que conquistou o Óscar de Melhor Direcção de Arte com o filme "Grand Budapest Hotel".
Gonçalo Jordão, especialista em pintura decorativa, foi o responsável pela pintura das paredes do lobby do hotel do filme "Grand Budapest Hotel", realizado pelo norte-americano Wes Anderson . O português criou oito painéis com paisagens bucólicas ao estilo de Caspar David Friedrich, um pintor romântico alemão.
Gonçalo Jordão, de 41 anos, nasceu em Lisboa e reside em Mourão, no Alto Alentejo, onde gere com a mulher, Raquel Jordão, uma empresa de pintura mural, a Afterwall. Formado em Pintura pelo Instituto de Artes e Ofícios da Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, tem o bacharelato em Design de Mobiliário e a licenciatura em Peritagem em Arte/Mobiliário, da Escola Superior de Artes Decorativas (ESAD) da Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, em Lisboa. Exerce a actividade profissional de conservador-restaurador de património, que concilia com a pintura. Algumas das suas obras no âmbito do restauro e pintura decorativa: Restaurante Tavares Rico (Lisboa), Casino do Luso, Câmara Municipal de Lisboa, Palácio de Queluz, Convento de Santo António (Recife - Brasil), Palacete Sottomayor (Lisboa), Reitoria da Universidade de Coimbra, Palácio Hotel Meliá (Lousã), Teatro da Trindade (Lisboa), Palácio Nacional da Ajuda (Lisboa), Palácio de Belém (Lisboa), Jardim da Sereia (Coimbra), Convento da Ordem Terceira, Igreja da Ordem Terceira e Igreja de Santo António (Ponte de Lima), entre muitas outras.
Entretanto, começou a trabalhar com os estúdios Babelsberg, na Alemanha, onde se filmaram algumas cenas do filme "Grand Budapest Hotel". Antes deste, Gonçalo Jordão já tinha trabalhado noutros filmes, como "A Bela e o Monstro" (2014) e "O Quinto Poder" (2013), para o qual pintou alguns murais.
Neste momento, Gonçalo Jordão está a recuperar pinturas murais numa casa, em Viana do Castelo, onde viveu Aristides de Sousa Mendes, o cônsul português em Bordéus que salvou mais de 30.000 vidas da perseguição nazi.