CINE ESTREIA: "Os Maias", de João Botelho
Realização: João Botelho
Argumento: João Botelho (a partir da obra de Eça de Queiroz)
Figurinos: Sílvia Grabowski
Cenários: João Queiroz (as cenas exteriores foram todas gravadas em estúdio com cenários pintados por João Queiroz)
Elenco: Graciano Dias, Maria Flor (Brasil), Pedro Inês, João Perry, Hugo Mestre Amaro, Maria João Pinho, Adriano Luz, Filipe Vargas, Marcello Urgeghe, Pedro Lacerda, Rita Blanco, José Manuel Mendes, André Gonçalves (Brasil), José Neto, José Eduardo, Nuno Pardal, Ana Moreira, Nuno Casanovas, Rui Morisson, Catarina Wallenstein, João Barbosa, Cândido Ferreira, Diogo Vida, Dinarte Branco, Ricardo Aibéo, Francisco Tavares, Cláudio da Silva, João Pedro Vaz, Sandra Santos, Maya Booth, Sara Mestre, João Araújo, Laura Soveral, Rafael Fonseca, Tiago da Cruz, Alexandra Sargento, Leonaldo de Almeida, André Gomes, Solange Santos, Paulo Filipe, Miguel Monteiro, Dinis Gomes, Mitó Mendes, Júlia Cruz, Mário Sabino Sousa, Vera Jardim, Jorge Vaz de Carvalho (voz de Eça de Queiroz)
Sinopse: Entre Afonso da Maia e o seu neto Carlos, constrói-se o último laço forte da velha família Maia. Formado em Medicina na Universidade de Coimbra, e posteriormente educado numa longa viagem pela Europa, Carlos da Maia regressa a Lisboa no Outono de 1875, para grande alegria do avô. Nos catorze meses seguintes, nasce, cresce e morre a comédia e a tragédia de Carlos como a tragédia e a comédia de Portugal. A vida ociosa do médico aristocrata, invariavelmente acompanhado pelo seu par amigo, o génio da escrita e de obras "inacabadas", o manipulador João da Ega, leva-o a ter amigos, a ter amantes e ao dolce fare niente, cheio de convicções. Até que se apaixona de verdade por uma mulher tão bela como uma madona e tão cheia de mistérios, como as heroínas da estética naturalista. Um personagem novo num romance esteticamente revolucionário. A vertigem: paixão louca para lá dos negrumes do passado, um novo e mais negro precipício, o incesto. Mesmo sabendo que Maria Eduarda é a irmã, a paixão de Carlos não morre e vai ao limite. E depois termina abruptamente porque o velho Afonso da Maia morre para expiar o pecado terrível do seu neto, neto que era a razão da sua existência. E então, em vez da morte do herói, nova invenção de Eça. Carlos e Ega partem para uma longa viagem de ócio e de pequenos prazeres. Dez anos depois, voltam a encontrar-se em Lisboa, tão diferente e tão igual, a capital de um país a caminho da bancarrota. "Os Maias", escrito pelo genial Eça de Queiroz, grande, melodramático, divertido e melancólico, aponta um destino sem remédio, tanto para a família Maia como para Portugal. (João Botelho).
"Os Maias - Cenas da Vida Romântica" estreia esta quinta-feira. O Cinema Ideal, em Lisboa, exibe, em exclusivo, a versão longa (187 minutos) e os Cinemas Lusomundo de todo o país exibem a versão curta (137 minutos). Depois, e tal como aconteceu com "Filme do Desassossego", o anterior trabalho de João Botelho, o filme "Os Maias" irá em digressão pelos cine-teatros do país, com a versão curta a ser exibida para escolas e a versão longa para o público em geral. Existe ainda uma terceira versão preparada especialmente para a televisão, uma mini-série a ser transmitida pela RTP1 em 2015.