Sinopse: Acompanhe a vivência e as histórias de André Brun, um português nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial. "A Malta das Trincheiras" é uma humaníssima abordagem do comportamento humano, feita com raros humor, sensibilidade e respeito pela dor e pela dignidade do ser humano. Poucas narrativas de guerra, nos países que viveram o trágico conflito, têm estas características. Isso deve-se ao facto de André Brun, português de origem francesa e obrigado a combater em território francês, ser um talentoso cronista do quotidiano pequeno-burguês. Se é certo que fala do medo, do sofrimento e da morte, também é certo que procurou nas contradições da natureza e da condição humanas aquilo que um humorista sempre procura quando admite que o riso seja temperado com o sal das lágrimas. Este é um homem que viveu no inferno das trincheiras, que viu matar e morrer, que chegou escritor e regressou herói e que nunca se esqueceu de que, mesmo no vórtice do desespero e da privação de quase tudo, existe sempre lugar para a esperança que cabe na centelha de sol de um sorriso.
Dramaturgo, cronista, argumentista de filmes como "A Vizinha do Lado", André Brun nasceu em Lisboa a 9 de Maio de 1881 e morreu, na mesma cidade, a 22 de Dezembro de 1926. Foi casado com a escritora Alice Ogando e foi um dos fundadores, em 22 de Maio de 1925, daquela que é hoje a Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), criada por algumas das mais destacadas figuras intelectuais portuguesas. Morreu muito cedo, aos 45 anos, quando todas as portas se abriam para o seu talento como escritor de livros de crónicas, de jornais e de teatro.
Para assinalar a passagem do centenário do começo da I Grande Guerra, em que Portugal só entrou em 1916, a Guerra e Paz e a SPA reeditam "A Malta das Trincheiras". André Brun foi um dos heróis do Corpo Expedicionário Português, de onde regressou com a patente de Major e com a Medalha da Cruz de Guerra, distinção por poucos alcançada.