25 de Abril, Sempre!!!
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
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Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.
(Sophia de Mello Breyner Andresen)
17h20 - A República Portuguesa
Em Portugal não há memória de outro sistema político para além dos republicanos. A monarquia caiu há 103 anos e, desde então, os homens de sangue azul não voltaram a controlar a nação. Mas antes de 5 de Outubro de 1910, o poder da realeza em Portugal via-se gravemente ameaçado. A 1 de Fevereiro de 1908, por exemplo, o Rei D. Carlos e o príncipe D. Luís Filipe foram assassinados em Lisboa. Os dois anos seguintes foram de liderança débil, dirigidos por D. Manuel, que provavelmente nunca pensou assumir o trono e muito menos numa idade tão jovem.
Este momento sangrento é o ponto de partida para este documentário. Num momento em que a porta está aberta para a mudança permanente. Porque caiu a monarquia e como se estabeleceu um regime republicano que mantinha quase todos os vícios da monarquia? As respostas são dadas pelas personagens principais deste drama. Basear-nos-emos no testemunho dos descendentes dos primeiros presidentes da República e também no dos últimos chefes de Estado. Cada um à sua maneira irá ajudar-nos a compreender as três etapas diferentes do exercício do poder. Ajudar-nos-á a analisar a instabilidade da primeira etapa Republicana, a ditadura da segunda e a estabilidade conseguida na terceira fase.
18h15 - Revolução Estudantil de Coimbra
«Sua Ex.ª Senhor Presidente da República, dá-me licença que use da palavra nesta cerimónia em nome dos estudantes da Universidade de Coimbra?» O pedido foi feito por Alberto Martins, então presidente da Associação Académica de Coimbra, ao Presidente Américo Thomaz. A palavra foi-lhe negada e a cerimónia terminou. Estávamos a 17 de Abril de 1969 e o dia tornar-se-ia histórico para os estudantes universitários de Coimbra e para todos os portugueses. Aquela simples cerimónia de inauguração do Edifício das Matemáticas da Universidade de Coimbra transformou-se num dos momentos mais importantes na resistência à ditadura. A recusa das autoridades em ouvir os estudantes acendeu um rastilho de indignação que acabaria por mergulhar Coimbra num estado generalizado de desobediência cívica. As tradicionais receitas repressivas do Estado para controlar a revolta não só falharam, como ainda serviram para reforçar a unidade estudantil sob o domínio da esquerda, contra a direita fascista.
O que aconteceu aos estudantes de então? Como vêem o presente e adivinham o futuro? Procuramos nas fotografias e nos relatos da época quem foram os protagonistas deste episódio e, hoje, vamos reencontrá-los para ouvir, na primeira pessoa, os relatos de um episódio que mudou a História de Portugal. Quarenta anos depois, pretendemos recordar um tempo de censura e de vozes silenciadas, mas queremos também mostrar que esse foi ainda um tempo de coragem e de determinação em que jovens estudantes sonhadores lutaram contra os poderes instituídos para que o país conquistasse um dos bens mais elementares do indivíduo: A LIBERDADE.
19h10 - O Último Dia da Revolução
No Verão de 1975 pairavam sobre Portugal um desconforto e uma tensão latentes. A seguir à euforia vivida em 1974, vinham agora as verdadeiras revoltas. Multiplicavam-se as greves e as manifestações. As relações entre as pessoas deterioravam-se. O Verão de 1975 é marcado por ataques às sedes dos partidos políticos, principalmente as do PCP situadas no Norte. No Sul, Alentejo, muitas terras e habitações foram ocupadas pelos trabalhadores rurais que procuravam uma melhor forma de subsistência. Na cidade de Lisboa, um grupo de feministas fez uma manifestação e queimou tachos, panelas e soutiens, símbolos da antiga forma como as mulheres eram vistas. A 12 de Novembro um grupo de trabalhadores cerca a Assembleia da República com os deputados lá dentro. Quando estes saem, ao fim de algumas horas de clausura, são apupados à porta. Todos, menos os deputados do PCP. Os militares estão atentos a este sinal. A 5ª Divisão do Estado-Maior das Forças Armadas publica no seu boletim oficial: "Queremos o Socialismo, sim…mas não o da Suécia, da Noruega ou da Holanda… o Socialismo que queremos é o da RDA, da Polónia, Bulgária, Roménia…"
Esta sucessão de episódios vai acelerar o desfecho do Período Revolucionário em Curso e, a 25 de Novembro, as tropas estão de novo nas ruas, mas não todas do mesmo lado. Dois entendimentos diferentes de Liberdade e de Democracia confrontam-se no Portugal de 1975. Neste confronto existe a possibilidade de Portugal, membro fundador da NATO, entrar para a lista dos países comunistas. No lado de lá do Oceano, os americanos assistem apreensivos ao desenrolar dos acontecimentos. Chega a colocar-se a hipótese de invadir o país. Será que sim? Ou será que não foi nada assim? O PCP avançou para o conflito? Ou temeu a Guerra Civil? Porquê? Será que a Espanha pensou em dominar a "desordem" no país vizinho, sobretudo depois da vandalização da sua Embaixada? Estas são as questões que queremos ver esclarecidas. Para o fim deixamos a hipótese: e se, em 25 Novembro de 1975, Portugal se tivesse tornado num país comunista, aliado da URSS? Como seria a Diplomacia nos últimos anos da Guerra Fria?
20h00 - 25 Minutos de uma Revolução
O dia 25 de Abril de 1974 ditou o fim da ditadura e o início de um país livre, democrático e sem repressões. Uma operação levada a cabo por um grupo de militares portugueses que ousaram desafiar o regime, escrevendo uma das páginas mais marcantes da história de um país. Um dia incontornável para Portugal que, agora, será revisitado pela voz de muitos dos que trouxeram para a rua a Revolução dos Cravos.
Cinema Português: 40 Anos de Abril
12h50 - "Aristides de Sousa Mendes - O Cônsul de Bordéus", de Francisco Manso e João Correa (2011)
A história de Aristides de Sousa Mendes, cônsul de Portugal em Bordéus em 1940. Durante a II Guerra Mundial, desafiou as ordens expressas de Salazar e concedeu mais de 30 mil vistos de entrada em Portugal a refugiados que desejavam fugir de França.
14h25 - "Que farei eu com esta espada?", de João César Monteiro (1975)
A Revolução dos Cravos está ameaçada pela ingerência de certas potências estrangeiras que nela vêem um perigo. No rio Tejo pairam navios aliados da NATO, de entre os quais se destaca o porta-aviões norte-americano Saratoga.
15h35 - "Operação Outono", de Bruno de Almeida (2012)
"Operação Outono" é um thriller político sobre a operação que levou ao assassinato de Humberto Delgado, pela PIDE, em Fevereiro de 1965, em Villanueva del Fresno, Espanha.
17h10 - "NON ou a Vã Glória de Mandar", de Manoel de Oliveira (1990)
Um soldado português na guerra em África conta aos seus camaradas diversos episódios da História de Portugal.
19h00 - "Cinco Dias, Cinco Noites", de José Fonseca e Costa (1996)
Obrigado ao exílio pelo regime de Salazar, um rapaz tenta fugir às autoridades. Baseado no romance de Manuel Tiago, o pseudónimo de Álvaro Cunhal, o líder histórico do Partido Comunista Português.
20h40 - "Um Adeus Português", de João Botelho (1985)
Um casal de agricultores vai a Lisboa lembrar o filho morto na guerra de África.
22h00 - "Balada da Praia dos Cães", de José Fonseca e Costa (1987)
No início dos anos 60, aparece na Praia dos Cães o cadáver de um homem brutalmente assassinado. O cadáver é identificado como sendo o do major Dantas, um homem procurado pelas autoridades após a sua evasão de uma prisão militar...
10h - Comemorações do 25 de Abril
20h05 - "Lápis Azul", de Rafael Antunes (curta-metragem e documentário sobre a censura)
18h35 - Zeca Afonso em Tons de Abril
"Zeca Afonso em Tons de Abril" é um espectáculo produzido pela Assembleia da República, gravado em co-produção pela RTP2 e pelo Canal Parlamento. Nesta homenagem, conduzida por Gabriela Canavilhas, o coro da Assembleia da República, Maria Ana Bobone, Luis Alvelos, Eduardo Filipe e João Queiroz cantam 15 canções de José Afonso. José Fanha diz um poema de Jorge de Sena e "Ser Português Aqui", da sua autoria.
23h25 - Primeiras entre Iguais (documentário sobre as quatro Primeiras-Damas da 3ª República)
9h30 - Assembleia da República: Sessão Solene Comemorativa do 40º Aniversário do 25 de Abril
13h00 - Jornal da Tarde (transmitido em directo de Grândola)
15h40 - Cinema: "Capitães de Abril", de Maria de Medeiros (2000)
20h00 - Telejornal (transmitido a partir de uma fragata da Marinha no rio Tejo, em frente ao Terreiro do Paço, em Lisboa)
23h25 - Série: "Mulheres de Abril" (5º e último episódio)
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