APOSTAS 2014 - Hugo Silva (tecnologia)
(a escolha de António Câmara, fundador da Ydreams)
Distinguido com vários prémios académicos e técnicos, Hugo Silva é a escolha de António Câmara na área das Tecnologias, «pelas suas capacidades de invenção e sentido comercial, expressas no bem sucedido BITalino», explica o fundador da Ydreams, empresa portuguesa que desenvolve espaços e experiências interactivas através da combinação de tecnologia, arte e design.
Aos 34 anos, Hugo Silva tem um currículo notável. Bacharel em Engenharia Electrotécnica e Computadores, o investigador do Instituto de Telecomunicações não passa despercebido no mundo das invenções tecnológicas - ganhou o Prémio Maior Inovação 2013 e o Prémio Ciências da Vida em 2010. Mas de todos os projectos que desenvolveu, o que mais sucesso tem é o BITalino, com o qual ficou entre os dez semifinalistas em todo o mundo na competição internacional Insert Coin.
O BITalino, explica o investigador, é uma espécie de kit faça você mesmo, que disponibiliza sensores fisiológicos com aplicação em áreas tão diversificadas como a electrocardiografia, a electromiografia, a actividade electrodermal, o desporto e outras. «Permite medir não só os nossos sinais musculares e cardíacos em várias partes do corpo como a nossa reacção emocional a certos estímulos. Quando nós reagimos a algo, o sistema nervoso provoca uma alteração na pele e isso também se consegue medir com o BITalino.» Como mais-valia, é incomparavelmente mais barato do que os aparelhos com a mesma função. «Custa apenas 149 euros. Os outros rondam os dez mil euros. E está disponível para toda a gente.»
Ao contrário de outras ferramentas do género, o BITalino não é útil só nos hospitais. Pode ser usado no ginásio, numa caminhada, numa corrida de bicicleta, num brinquedo, nas universidades, nos centros de investigação. Tão versátil e funcional que o seu inventor compara-o às velhas peças Lego: «As pessoas podem pegar numa peça, depois noutra, e depois noutra e fazer construções tão diferentes e inimagináveis a partir da mesma base. Com o BITalino é a mesma coisa. Existe uma base igual, o que varia são os sensores fisiológicos, que podem ser aplicados conforme o objectivo.» Nalguns casos, esses pequenos sensores fazem mesmo a diferença na vida das pessoas que o utilizam: «Por exemplo, um tetraplégico pode piscar um olho ou usar um músculo para abrir uma porta. E uma pessoa que se esquece com frequência de regar as plantas, pode ser lembrada com uma mensagem no Twitter, porque o BITalino está apto a usar sensores que medem a humidade da terra, a temperatura e a luz ambiente.»
(retirado do artigo "14 Apostas para 2014" publicado na edição nº 1127 da revista Notícias Magazine)