Esqueça as tradicionais pranchas que está habituado a ver nos pés (ou debaixo do braço) de um surfista. Se quer algo que o vai diferenciar da multidão, e que além do mais é amigo do ambiente, esta novidade pode interessar-lhe. O designer de moda Celsus juntou-se à Amorim Cork Composites e à White Banana (que desenvolve material de surf) e criou a Maria, uma fun board feita à base de cortiça a lembrar as pranchas dos anos 70. "O objectivo era poder mostrar a inovação portuguesa no design, construção e trend-setting, tendo sempre o mar como pano de fundo", explica o designer.
Além da cortiça, a prancha inclui bambu (nas quilhas) e EPS, uma resina biológica, usada no núcleo, para lhe conferir maior resistência. Desta forma, a marca promete uma prancha 100 por cento ecológica e sustentável, o que a diferencia da concorrência. Está, para já, apenas em exposição na loja PortoSigns (Rua da Alfândega, 17, Porto), podendo ser adquirida mediante encomenda. O preço é que não é para todos: 980 euros.
(retirado do artigo "Uma Maria debaixo do braço" publicado na edição nº 2122 da REVISTA do jornal Expresso)
Hugo Veiga, de 33 anos, é o criativo por trás do vídeo publicitário mais visto na Internet. Com um sotaque que mistura a pronúncia do Norte e o português do Brasil, o criativo Hugo Veiga, que acaba de ganhar 18 Leões no Festival Internacional de Criatividade de Cannes, por cinco projectos diferentes, entre os quais o anúncio publicitário da Dove, diz ao Expresso, via Skype, que tem andado numa azáfama, por causa dos prazos das várias campanhas e do êxito do anúncio "Retratos da Real Beleza". Além de ser a campanha publicitária mais vista de sempre no YouTube, com mais de 55 milhões de visualizações, "é o terceiro vídeo mais compartilhado nas redes sociais", diz, entusiasmado.
Gravado em São Francisco, o anúncio toca no ponto fraco das mulheres: a auto-estima. Numa primeira parte, o vídeo mostra mulheres a descreverem-se a um retratista do FBI; numa segunda parte, pede a pessoas conhecidas dessas mulheres que digam como elas são; e, no fim, compara o resultado. O êxito não se fez esperar e Hugo Veiga, há oito anos no Brasil e com mais campanhas de sucesso na bagagem, tem noção do impacto que o vídeo está a ter. "No outro dia, estava no cinema e havia barulho, com toda a gente a falar. De repente, começa a passar o anúncio e ficou a sala toda em silêncio. Fiquei emocionado", conta.
A veia criativa do publicitário, nascido na Maia, não se revelou agora. Mal acabou o curso de Publicidade e Marketing, na Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa, Hugo não se limitou a enviar currículos para as agências, como faziam os seus colegas. Em vez disso, criou uma personagem - o professor Carago, inspirado em "videntes" como o professor Bambu e o professor Caramba -, fez um folheto com a experiência dela e distribuiu-o às empresas de publicidade. "Contratei aqueles rapazes que vendiam flores no metro e disse-lhes para irem deixar à porta das agências. Todas me contactaram." Acabou por ficar na McCan, em Lisboa, mas o primeiro prémio que obteve no Festival Internacional de Publicidade em Língua Portuguesa abriu-lhe o mercado brasileiro. Ainda teve de voltar a Portugal, mas os publicitários brasileiros chamaram-no, dessa vez com um contrato de trabalho. Completamente adaptado ao sotaque e ao entusiasmo que se vive no mercado brasileiro da publicidade, Hugo não se esqueceu de Portugal. Diz que até gostava de voltar, mas tem adiado o regresso devido "ao estado actual do país".
(retirado do artigo "Uma beleza de anúncio" publicado na edição nº 2122 da REVISTA do jornal Expresso)