ESTREIA TV: José Bonifácio (RTP1/ 2ª, dia 17 - 22h45)
Uma história notável de um português, que merece ser contada e conhecida do grande público. A vida de José Bonifácio de Andrada e Silva marca e documenta, ela própria, a história da Ciência e da Política no início do século XIX. O relato da sua trajectória de aprendizagem científica é feito pelo próprio, como Secretário Perpétuo da Academia Real das Ciências de Lisboa, numa representação ficcionada da preparação do seu discurso histórico de Junho de 1819, que antecedeu o seu regresso ao Brasil. José Bonifácio relembra os tempos em que, vindo do Brasil, chega à Universidade de Coimbra e se matricula nos cursos de Direito, de Filosofia e de Matemática.
Em 1820, já no Brasil, José Bonifácio continua as suas explorações mineralógicas numa viagem de Santos a São Paulo. José Bonifácio, entretanto Vice-Presidente do Governo de S. Paulo, defende a civilização dos índios e a emancipação gradual dos escravos e contestava a decisão das Cortes de que as Províncias do Brasil dependessem de Lisboa e que ordenavam a D. Pedro que regressasse a Portugal. D. Pedro, influenciado por José Bonifácio, proferiu então a célebre frase "Independência ou Morte". A influência de opositores a José Bonifácio, em particular pela sua posição contra a escravatura, e também de Domitila, amante de D. Pedro, fez com que José Bonifácio fosse deportado para Bordéus em 1823.
A morte da Imperatriz Leopoldina, o novo casamento de D. Pedro e o afastamento de Domitila permitiram o regresso de José Bonifácio ao Brasil. D. Pedro, agradecido, antes de partir para Portugal em 1831 para recuperar o trono ao seu irmão D. Miguel, nomeia José Bonifácio tutor dos seus filhos. As imagens da ilha de Paquetá, na baía de Guanabara, onde José Bonifácio se fixou e onde passou os últimos anos de vida até à sua morte em 1838, e do Panteão dos Andradas, em Santos, fecham a narrativa da sua vida. Ficam para a história a defesa da Natureza mas também a defesa dos índios, dos escravos, dos brasileiros e dos portugueses sendo, talvez, o primeiro estadista de dimensão universal a compreender que a defesa dos recursos naturais é a mesma defesa dos direitos do homem e que Natureza e Humanidade são um todo único!
Documentário de Francisco Manso no âmbito do Ano de Portugal no Brasil e do Ano do Brasil em Portugal, que decorreu de 7 de Setembro de 2012, Dia da Independência do Brasil, a 10 de Junho de 2013, Dia Nacional de Portugal.