ISTO É PORTUGAL! - Flymaster Avionics
Origem: São João da Madeira
Unidos pela prática do parapente, Cristiano Pereira, Francisco Nunes, Nuno Gomes e Ricardo Figueiredo - os três primeiros integraram a equipa nacional da modalidade - estavam literalmente de cabeça no ar, à procura de soluções que colmatassem as falhas nos equipamentos de navegação para voo livre já existentes quando, em 2006, decidiram dar azo às ideias que conduziram à fundação da Flymaster Avionics, um ano mais tarde. Num golpe de asa, ultrapassaram a principal concorrente, uma empresa suíça que controlava 80% do mercado, e levam agora a marca lusa a mais de 90 países.
A vontade de cruzar os céus é herança pátria, ou não fosse este o País onde, em 1709, um português (Bartolomeu de Gusmão) arriscou inventar «um instrumento para andar pelo ar». Os instrumentos electrónicos de navegação, GPS e altímetros para parapente, asa-delta, planadores e aviação ultraligeira da compatriota Flymaster descolaram, em 2007, rumo a altos voos. Estas «máquinas voadoras» são líderes mundiais de aparelhos de voo livre, com mais de 60% do mercado.
Estes aparelhos detectam térmicas (colunas de ar ascendente), medem a velocidade e a direcção do vento, estimam altitude e velocidade de ascensão ou descida, optimizam rotas e fazem cálculo tangencial - «um avanço inovador que a concorrência acabou por copiar», diz Cristiano Pereira, um dos sócios-fundadores. Também avisam o piloto quando este está prestes a entrar em espaço aéreo controlado, indicando-lhe como inverter o rumo.
A montagem final e o desenvolvimento dos cerca de 1000 dispositivos que se produzem, todos os meses, na unidade de São João da Madeira são assegurados pela Flymaster, desde a electrónica e software ao conceito mecânico e hardware. A maioria dos componentes é importada, mas os plásticos vêm da também portuguesa Azemoldes.
461,8 quilómetros percorridos sem parar, algures sobre o estado brasileiro do Piauí, em Novembro de 2007, catapultaram os recém-criados equipamentos de navegação da Flymaster para uma importante marca internacional, depois de terem guiado os pilotos Marcelo Prieto, Frank Brown e Rafael Saladini para o recorde do Mundo de distância em voo livre, em descolagem a pé. Uma ajuda preciosa dos aparelhos lusos que, debaixo do mesmo céu, tornaram a orientar os dois primeiros pilotos - aos quais se juntaram mais quatro «ases» dos ares -, em Outubro do ano passado, para o título de recordistas mundiais de distância percorrida com ponto de chegada previamente estabelecido, voando 422 quilómetros.
Voar com o auxílio dos instrumentos de navegação desta marca sanjoanense pode custar desde 175 euros, no caso dos dispositivos para principiantes, até 570 euros para os mais experientes (ambos os valores sem IVA).
Além de sócio-fundador da Flymaster, Ricardo Figueiredo é também a figura de proa da Fepsa, um dos mais destacados fabricantes mundiais de chapéus. Logo no ano de arranque, a Flymaster venceu o Prémio de Inovação e Criatividade, atribuído pela Associação Portuguesa das Empresas do Sector Eléctrico e Electrónico.
(retirado do artigo "Portugal faz bem - Máquinas voadoras" publicado na edição nº 1037 da revista VISÃO)
http://www.flymaster-avionics.com/