ISTO É PORTUGAL! - Vinhos e Azeites Quinta do Crasto
Origem: Gouvinhas (Sabrosa)
Com nome de antigo forte ou castelo romano, as raízes da quinta, erguida entre a Régua e o Pinhão, remontam a 1615. Alguns séculos volvidos, ao gosto pelos vinhos de Constantino de Almeida, fundador da Casa de Vinhos Constantino, que a adquiriu no início do século XX, os bisnetos Tomás e Miguel Roquette foram beber a inclinação para o negócio, enxertando-lhe «a vontade de modernizar» a marca. Os dois irmãos que agora partilham a administração da empresa são os mais recentes rebentos de uma casta familiar que os pais, Leonor e Jorge Roquette, já tinham continuado.
Sem nunca abandonar o vinho do Porto - que representa 10% da produção total - a Quinta do Crasto quis mostrar que Douro também é sinónimo de bons vinhos de mesa, «que beneficiam da complexidade do terroir da região», como comenta o administrador, Tomás Roquette. Uma riqueza vinícola potenciada pela elevada percentagem de vinhas velhas, com uma média de 70 anos, que estão na base da produção dos vinhos Reserva Vinhas Velhas e categorias especiais, Vinha Maria Teresa e Vinha da Ponte. Sob o mesmo chão centenário assentam as mais avançadas tecnologias de vinificação, lado a lado com o tradicional método de pisa em lagares. Para fazer correr os vinhos da Quinta do Crasto, ao património «único e irrepetível» que as castas do Douro dão, juntam-se os produtos enológicos preferencialmente de origem portuguesa.
1,250 milhões de quilos de uvas brotaram das vinhas da Quinta do Crasto, nas vindimas de 2012, numa queda de 6% face ao que registara no ano anterior, escapando, ainda assim, à descida generalizada de 25% no total da produção vitivinícola duriense, no mesmo período. Se no vinho da quinta correu sempre «uma veia exportadora», como relembra Tomás Roquette, hoje a marca é servida em 35 países e a exportação engole 70% do volume de negócio. O vinho do Porto foi «quem abriu as portas» que os outros vinhos escancararam: em 2011, a Quinta do Crasto foi o principal exportador de vinhos DOC do Douro para os Estados Unidos e o segundo principal para o Brasil. Brindando ao potencial que se abre a novos mercados, como a Colômbia, Angola ou até no continente asiático, este produtor luso recusa pôr o mercado nacional de lado e, em 2012, chegou a crescer 30% nas vendas de vinho engarrafado.
A Quinta do Crasto junta-se às vizinhas Quinta do Vallado, Quinta do Vale Dona Maria, Quinta do Vale Meão e Nieeport (Quinta de Nápoles e Quinta do Carril) no Douro Boys, projecto dirigido a cinco mãos, para colocar «os vinhos do Douro no mapa internacional». Juntos venceram o Prémio Europeu de Promoção Empresarial da Comissão Europeia, na categoria Apoio à Internacionalização das Empresas.
O Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas 2005 foi eleito terceiro melhor vinho do mundo, pela revista Wine Spectator, em 2008. Desde então, a referência tem-se mantido sempre no Top 100 da publicação americana, sendo o único vinho português a figurar na lista exclusiva por três vezes consecutivas.
No ano passado, este produtor português decidiu «regar» o negócio com a produção de azeite, primeiro com a referência Premium Extra Virgem, à qual se somou entretanto o Azeite Selection. Das mais de 5 mil oliveiras extraíram-se, no ano passado, 10 mil litros de azeite que absorveram 2% da facturação.
(retirado do artigo "Portugal faz bem - Do outro lado do Douro" publicado na edição nº 1035 da revista VISÃO)