Origem: Maia

Abriu as portas há quatro anos e é suposto vender chocolates artesanais. Mas a Equador nasceu para contar histórias. É isso que Celestino Fonseca e Teresa Almeida mais gostam de fazer. Ele é designer, ela escultora de formação e professora de Educação Visual. Tinham sempre ideias a jorrar, mas não tinham ainda descoberto onde e como as aplicar. Encontraram nos chocolates o fio condutor. Corria o ano de 2008. Encontraram um mestre chocolateiro que tinha negócio no centro do País. «Sempre quisemos ter um produto nosso e sempre gostámos muito de chocolate e foi aí que nasceu o projecto.», diz Teresa. Lançaram-se primeiro na Internet e na venda por catálogo, antes da loja no Porto - a fábrica é na Maia. O irmão de Celestino juntou-se-lhes, por ser um ás na cozinha. Fez diversas formações e agora Miguel Tedim é o mestre chocolateiro da Equador.

Em 2010 abriram na Rua Sá da Bandeira e, no início deste Verão, abriram a segunda loja da Equador, na Rua das Flores. Estão também nas caves de vinho do Porto da Ramos Pinto, onde promovem provas dos vinhos com os chocolates. «Somos muito lambareiros, por isso, a qualidade é sempre superior. Estamos sempre a fazer provas.» Os chocolates chegam de Madagáscar, Brasil ou Equador, mas também fazem misturas com outros ingredientes. Ligações improváveis: caril, mousse de whisky ou a tablete com vinho do Porto, que não chega a aquecer as prateleiras. No Facebook, costumam incentivar os clientes a dizer que combinações gostariam de provar e foi daí que saíram ideias como o chocolate branco com as bagas goji ou o chocolate branco e negro com wasabi e amendoim.

O chocolate de vinho do Porto da Equador é o best-seller. Mas pode encontrar sabores de frutas variadas (morango, figos, maracujá) e outros ingredientes como caril e wasabi. Os chocolates para fondues, chocolate quente e chás variados, incluindo um de chocolate, podem ser tomados na loja. Tem sombrinhas e sardinhas que surgiram no São João e continuam a fazer sucesso.

E as histórias? «As ilustrações do Celestino enquadram os produtos e, no meio das histórias, falamos dos produtos.» Por isso, passaram das histórias no papel para uma pequena aldeia tridimensional, totalmente feita de chocolate, que cabe na palma da mão. E assim nasceu Vila do Lago, moldada pelo amigo e escultor Pascal Ferreira, com casas, uma estação de comboio e até o Largo do Castanheiro. E tudo estará à venda no Natal.

Teresa é professora e, este ano, não teve colocação, está agora a cem por cento na loja. Celestino mantém o emprego como designer, mas é ele quem pensa em toda a imagem da Equador. Tratam de tudo: os papéis que embrulham os chocolates, com espírito rétro, que remetem para os anos 1940 e 1950, as caixas... Um negócio caseiro que cresce paulatinamente, mas que quer manter a qualidade do chocolate, ainda que continue a embrulhar, um a um e à mão, os bombons com o papel de alumínio. A cuidada imagem é também um factor de sucesso.

(retirado do artigo "O doce pecado da gula" publicado na edição nº 1069 da revista VISÃO)

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