Elenco: Luís Miguel Cintra, Leonor Silveira, Ricardo Trêpa (Portugal), Claudia Cardinale (Itália), Jeanne Moreau, Michael Lonsdale (França)
Sinopse: Apesar da idade e do cansaço, Gebo persegue a sua actividade de contabilista para sustentar a família. Vive com a mulher, Doroteia, e a nora, Sofia, mas é a ausência do filho, João, que os preocupa. Gebo parece esconder algo em relação a isso, em particular a Doroteia, que vive na espera ansiosa de rever o seu filho. Sofia, por seu lado, espera também o regresso do marido ao mesmo tempo que o teme. Subitamente, João reaparece e tudo muda.
Há 31 anos a amadurecer em solo nacional, a marca com nome de fruto, que vestiu gerações de crianças portuguesas, exporta para mais de 20 países e dá a provar o sumo da inovação.
Ao virar do avesso a antiga têxtil da família (entretanto vendida), Luís Figueiredo acertou agulhas com o vestuário para crianças quando criou a Hall & Ca., em 1981, de onde fez germinar a Laranjinha. Primeiro coube-lhe alinhavar colecções ao gosto das grandes marcas que lhe subcontratavam a produção, mas não tardou até que se cosessem as linhas de um negócio em nome próprio. Os anos 90 marcaram precisamente a inversão da estratégia, provando que uma Laranjinha «100% feita em Portugal» era capaz de vingar aquém e além-fronteiras, tanto em montras alheias - através do sector do retalho - como nas suas próprias. Sem tirar o pé do mercado nacional, a Laranjinha virou-se para os mercados externos, fazendo da raiz portuguesa uma «vantagem competitiva». «O nosso país é reconhecido por fazer bem e o facto de sermos produzidos inteiramente em Portugal tem-nos aberto muitas portas», sublinha Luís Figueiredo.
Talhada para pôr os mais pequenos na moda, a Laranjinha ganha tamanho na capacidade de produção. Por ano, saem para as prateleiras nacionais e internacionais cerca de 600 mil peças, todas com selo luso, oriundas de uma rede de 20 fábricas no norte do País, subcontratadas pela Hall & Ca.. O design é assegurado por uma equipa interna. Na lista de compras da Laranjinha, a prioridade é dada a fornecedores portugueses. A maioria das matérias-primas, com o algodão à cabeça, é adquirida por cá. Assim acontece também com botões, molas, elásticos e etiquetas.
Para além do vestuário para crianças até aos 8 anos, a chancela portuense dedica-se também a chapéus, sapatos, perfumes, alcofas, entre outros produtos. As colecções dividem-se em três linhas sazonais - Babies (para os bebés), Boys and Girls (para os mais crescidos) e Chic Collection (para ocasiões especiais) -, apresentadas duas vezes por ano: Primavera/Verão e Outono/Inverno. O catálogo da Laranjinha tem ainda uma linha permanente - Essentials - e outra de puericultura - White & Chic. Cada colecção é composta, em média, por 450 peças, mas a extensão e a variedade adaptam-se aos diferentes mercados a que se dirigem.
500 clientes espalhados por mais de uma vintena de países renderam-se ao sabor da Laranjinha portuguesa, a tal ponto que o maior gomo do volume de negócios da marca tem actualmente como destino a exportação: 65% da facturação faz-se lá fora. Desde 1998, a etiqueta com a laranja azul desfila essencialmente em grandes cadeias retalhistas por todo o mundo, mas foi em Espanha que deu o primeiro passo rumo à internacionalização. Depois de, em 2005, ter lançado lojas próprias em Portugal - duas no Porto e duas em Lisboa -, a empresa liderada por Luís Figueiredo assinalou o 30º aniversário, em 2011, com a abertura do primeiro espaço em nome próprio na capital espanhola, em pleno Barrio Salamanca, uma das principais artérias da moda na cidade. E, porque a insígnia nortenha quer continuar a crescer em território espanhol - onde conta com mais de 200 revendedores -, acaba de inaugurar um corner no El Corte Inglés do Paseo de la Castellana, também em Madrid.
Quem também já provou a roupa infantil lusa foram os armazéns de luxo Barneys, em Nova Iorque. Segundo a direcção da cadeia norte-americana, a Laranjinha está mesmo «na moda» e não lhe faltam clientes ilustres, como o cantor britânico Elton John, que comprou alguns conjuntos para o filho Zachary.
Por baixo do design clássico das peças, esconde-se a aposta na inovação. Inicialmente vieram os tecidos antibacterianos que combatem a presença de bactérias e fungos na roupa, protegendo a pele dos bebés contra infecções e alergias. Logo se seguiram os tecidos sem costuras e as peças «três em um» para vestir de uma só vez, assegurando o conforto destes pequenos clientes. Acabada de estrear, a Bamboo Collection tem também estampada a «preocupação com o bem-estar dos recém-nascidos». Concebido a partir da fibra de bambu, o tecido funciona como um regulador térmico natural, sem deixar de lado as propriedades antibacterianas e hipoalergénicas.
(retirado do artigo "Portugal faz bem - Laranja de palmo e meio" publicado na edição nº 1023 da revista VISÃO)