ISTO É PORTUGAL! - AJP Motos
Origem: Pias (Lousada)
A chegada das motos AJP ao mercado responde a uma pergunta simples: de que serve ter uma moto superpotente se não se consegue obter dela o seu rendimento total? É nesse campeonato que joga António Pinto, o «senhor Pinto» para todos os que trabalham com ele na fábrica em Lousada.
António Pinto meteu-se nisto há 28 anos, quando estava à frente de uma oficina de reparações que se especializou na afinação de motos. Em bom português, o senhor Pinto «quitava motas» e foi assim que descobriu um segmento de mercado por explorar: o dos amantes de umas voltinhas que não têm intenções de entrar no campeonato nacional de enduro.
Foi a pensar nestes utilizadores que António Pinto imaginou a moto AJP, que o AICEP Capital Global escolheu apoiar em 2008. A AJP monta motos com as suas designações e os seus requisitos comprando os componentes no mercado internacional, num processo muito semelhante ao que fazem outros fabricantes. O motor é Honda, a suspensão Sachs, por exemplo.
As AJP já conseguiram furar o mercado e chegar ao estrangeiro. No dia desta reportagem, montavam-se exemplares destinados a Madagáscar e que, por atraso na chegada de peças, estavam por concluir. Também enviam exemplares para países árabes e, neste mesmo dia, estava presente o representante no Brasil e dois potenciais interessados de Israel. E, para cada mercado, as respectivas motos, com as respectivas homologações. Do outro lado do Atlântico, por exemplo, usa-se mais trinta por cento de álcool do que no nosso país. É uma das mais importantes apostas da AJP. E, se tudo correr bem, ponderam mesmo montar uma linha de produção só para este país. No cartão-de-visita da AJP também constam vendas para o Japão, terra natal de algumas das mais conhecidas marcas de motos de enduro, e França. Dos EUA também têm chegado solicitações.
Em Portugal, duas ideias deram projecção à moto. Primeiro, a parceria com os Xutos e Pontapés. O outro acontecimento foi a viagem de Osvaldo Garcia, ao volante precisamente de uma AJP/Xutos e Pontapés, até à África do Sul, onde chegou no dia 10 de Junho de 2010, a tempo da estreia da selecção das Quinas no Mundial de Futebol. «Só substituí a correia em Moçambique e foi porque a tinha e, assim, ia menos carregado», resume.
A moto concebida por António Pinto trazia inovações em relação às concorrentes. Uma delas foi ter o depósito de combustível atrás, ideia apresentada pela AJP no Salão de Paris, em 2001, e hoje amplamente difundida neste sector. Outra ideia: «O braço de suspensão é inteiro, sem soldadura», nota Nuno Almeida, representante do AICEP. «É a primeira moto do mundo a fazer uma peça única.»
(retirado do artigo "1000 Motivos do nosso Orgulho" publicado na 1000ª edição da revista Notícias Magazine)
AJP Xutos e Pontapés