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(por João Botelho, realizador)
«O João Botelho é amante do fado?», perguntou-me há um par de anos a grande Beatriz da Conceição, surpreendida por me ver noite após noite na Mesa de Frades, do Pedro Castro, a que eu chamava o Anjo Exterminador porque não conseguia sair de lá. «Ando a tentar aprender a gostar», respondi-lhe eu. E ela: «Assim está bem», e estendeu-me a mão pejada de anéis. A Dona Bia que decide tudo no fado, que decide quem é fadista e quem o não é, quem será grande e quem nunca o será, já tinha aprovado a menina Carmo Rebelo de Andrade, como qualquer coisa de novo: «Traz o fado nas entranhas, arranca-o de lá de dentro, sente-o. A Carminho é fadista e se trabalhar...», e a Carminho trabalhou como ninguém.
Tive sorte de a ver crescer, que ela já existia há muito. Ofereci-me para fazer vídeos de três fados do seu primeiro disco. Mexi o menos possível a câmara, fiz mesmo um plano de sequência de três minutos e vinte. Acompanhei-a em várias actuações e arrepiei-me dezenas de vezes. Afinal, o fado que eu já tinha roubado da Amália para o «Adeus Português», e da Hermínia Silva para o «Tráfico», podia ser forte e comovente. Quase dois anos depois, com o Manuel Reis, organizei e dirigi uma noite inesquecível de fados num lugar improvável: Carminho no LUX. Vejam o DVD, um excerto de uma extraordinária actuação, duas horas sem descanso em que a única comparação possível para mim é a actuação de Robert de Niro em «Raging Bull». Um combate sem tréguas, com gotas de suor a escorrer pela face, os cabelos empapados, a alucinação de um rosto transfigurado, a alma prestes a rebentar, a voz que se perde, a voz que se ganha de novo, aquela voz! Ouçam e vejam o «Alfama», a capella, sem rede, conseguindo fazer em volta um silêncio impossível, no lugar mais barulhento do mundo. E aquela voz!
A Carminho voa agora por todo o lado. Arranjem umas asas, acompanhem-na, não a percam e garanto-vos que vão alcançar momentos de felicidade.
(retirado do artigo "Os 100 mais influentes - Criadores" publicado na edição nº 2071 da REVISTA do jornal Expresso)
Onde: Lisboa (R. Cecílio de Sousa, 85 - Príncipe Real)
O cheiro da terra molhada não se sente quando se entra no espaço Corallo. É aqui que se encontra o café e o chocolate de São Tomé e Príncipe, de onde chegam as matérias-primas na sua forma mais pura, sem aditivos, directamente das plantações. O negócio de Claudio Corallo e família tem mais de trinta anos e é um exemplo que merece destaque. Mas ainda quer ir mais longe e ousa criar chocolates com os sabores da terra, combinando frutos e gengibre, por exemplo, com percentagens elevadas de cacau. Gelados e café também não podem ser esquecidos. E há sempre uma boa surpresa à espera de quem chega.
(retirado do artigo "Import - Export (Produtos de fora que brilham cá dentro)" publicado na edição nº 162 da revista EVASÕES)
João Pedro Rodrigues, Cindy Scrash e João Rui Guerra da Mata
O filme português "A última vez que vi Macau", de João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata, recebeu duas distinções no Festival de Locarno, na Suíça.
O filme recebeu uma Menção Especial do Júri, especialmente para a "extraordinária personagem Candy, pela sua poderosa presença através da ausência" e que "ressoou como representativa da imensa coragem do cinema português nestes tempos em que os falhanços dos governos ameaçam as artes cinematográficas do mundo inteiro". A dupla de realizadores recebeu ainda o "Bocallino de Ouro", na categoria de Melhor Realização, prémio atribuído pelos críticos e jornalistas presentes no festival.
"A última vez que vi Macau" conta a história de um homem que vive em Lisboa e recebe um e-mail de uma amiga, Candy, que já não vê há muitos anos e que lhe pede que vá ter com ela a Macau, onde estão a acontecer coisas estranhas e assustadoras. O homem vivera em Macau há muitos anos e esta viagem é também um regresso às suas memórias. A personagem Candy é interpretada pela actriz e performer Cindy Scrash, que já tinha trabalhado com João Pedro Rodrigues no filme "Morrer como um Homem", de 2009.
Além de "A última vez que vi Macau", que teve a sua estreia mundial neste festival, foi também exibida a curta-metragem "O que arde cura", de João Rui Guerra da Mata, que recebeu o prémio Legendagem de Filme e Vídeo, que assegura a legendagem do filme em três línguas europeias. Na secção de curtas-metragens, passou ainda outro filme português: "Zwazo", de Gabriel Abrantes.
"A última vez que vi Macau" será o filme de abertura da 10ª edição do DocLisboa, a 18 de Outubro.
http://www.pardolive.ch/catalogue/film.html?fid=608538 (trailer)
O sofá "Between Waves", da marca portuguesa INSIDHERLAND, recebeu uma nomeação, na categoria de "Product Design", para os "The International Design & Architecture Awards", promovidos pela revista inglesa Design et al. O sofá é uma homenagem a um cenário marítimo que, poeticamente, interpreta o conceito de protecção de um búzio e foi apresentado pela primeira vez ao público no The Oporto Show 2012, em Junho. A eleição dos vencedores será feita através de votação online, a partir desta segunda-feira, 13 de Agosto, e terá a duração de cerca de 6 semanas. Os resultados serão revelados numa gala que terá lugar em Londres, a 28 de Setembro.
A INSIDHERLAND é uma marca jovem, lançada no início do ano, e as suas duas primeiras criações (Homeland e Between Waves) já foram distinguidas internacionalmente. Além desta nomeação do sofá "Between Waves", o aparador "Homeland", a primeira peça lançada pela marca, foi recentemente escolhido, pela equipa editorial da Behance Network, entre muitos milhares de ideias criativas, como um dos melhores projectos expostos passando a estar em destaque, desde Julho, no website http://www.industrialdesignserved.com/.
Para votar, basta ir a http://thedesignawards.co.uk/products/voting-2012.html . (Seating)
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