PORTUGAL NO MUNDO - Rui Correia (restaurantes Douro e Piri-Q)
Onde: Estados Unidos da América (Douro - Greenwich; Piri-Q - Nova Iorque)
É possível almoçar um polvo à lagareiro num restaurante requintado do Connecticut ou um frango no churrasco num restaurante familiar de Nova Iorque. Tudo graças ao chef Rui Correia, um emigrante português que também é estrela de televisão nos EUA.
Em Greenwich, a pequena, rica e distinta cidade do estado americano de Connecticut - e vizinha de Nova Iorque - há um espaço português onde artistas, banqueiros, administradores e empresários são presença habitual. Para tratarem de trabalho e negócios, para encontros com amigos e família e, principalmente, para se regalarem com umas sardinhas assadas, com um polvo à lagareiro ou com um bacalhau à Brás. Carne de porco à alentejana, cabrito ou leitão assado também fazem parte da ementa. Os vinhos são igualmente portugueses.
O responsável por colocar a cozinha nacional na moda numa das cidades mais chiques dos EUA é o chef Rui Correia, um português de 40 anos que saiu do Porto quando era criança mas que se sente embaixador do país. «Nesta avenida há restaurantes franceses, italianos, japoneses e, desde há três anos, também há um português. É o Douro. Temos sido uma bandeira da nação.», orgulha-se Rui Correia, num português irrepreensível.
Douro, o nome do restaurante, é uma homenagem de Rui Correia à região onde nasceu, mas ele também o escolheu por ser um nome fácil de memorizar e de pronunciar. E de há uns tempos a esta parte a comida do Douro invadiu a Greenwich Avenue e a casa dos americanos que tentam confeccionar as receitas dos pratos que o chef português faz na televisão. O sucesso do restaurante Douro foi tamanho que Rui Correia passou a ser frequentemente convidado para rubrica de cozinha do Today Show , o programa da manhã da estação NBC que é visto diariamente por cinco milhões de pessoas. Diante das câmaras, o chef já preparou caldo verde, bacalhau, camarão com piripiri, gaspacho, entre outros pratos mais simples e rápidos - exigência da produção.
Rui Correia vive nos EUA há 31 anos e diz que aquela continua a ser uma terra de oportunidades. Mesmo para estrangeiros. Como ele. Depois do Douro, um restaurante requintado e direccionado ao americano da classe média-alta, seguiu-se, no ano passado, o Piri-Q, na Mamaronek Avenue, já em Nova Iorque. Apesar de se situar na sofisticada metrópole, Rui fez uma aposta mais popular. «É um restaurante virado para as famílias e onde servimos, sobretudo, grelhados.» E quem diz grelhados, diz frango no churrasco ou uma grelhada mista com entrecosto, frango e chouriço. Acompanhada de batatas fritas e Sumol de laranja ou de ananás. Também há bitoque e prego no prato.
Nos dois restaurantes de Rui Correia trabalham 37 pessoas (muitos são portugueses) e o chef promete que não vai ficar por aqui. Próximo projecto? «Continuar a trabalhar a marca Douro e lançar uma linha de molhos feitos por mim com a chancela Piri-Q. Dois nomes que, só por si, são símbolo de Portugal.»
Entretanto virá cá. Com objectivo digno de um embaixador. «Quero mostrar as maravilhas do Norte à minha mulher, uma americana que é neta de italianos e de portugueses de Trás-os-Montes, mas que não conhece as suas origens.»
(retirado do artigo "Douro na América" publicado na edição nº1051 - 15 de Julho de 2012 da revista "Notícias Magazine")
http://www.dourorestaurantbar.com/avenue/
http://www.piriqrestaurantgrill.com/
Piri-Q