Origem: Lisboa
Perguntar por um par de sandálias ou socas Xuz numa das lojas que comercializam os sapatos de Rita Pinheiro de Melo e Maria do Carmo Alvim é arriscar-se a levar um não, prova de que estes sapatos entraram definitivamente na moda.
As socas Xuz, ao princípio eram apenas socas, nasceram em Fevereiro de 2008. Era aquela época em que "havia crise mas não se falava", diz Rita, antiga produtora de televisão da Endemol. E, de todas as formas, nem ela nem Maria do Carmo, antiga quadro da SIBS, a empresa do Multibanco, deram por ela. "Fizemos trezentos pares para ver o que ia dar e acabámos a vender oitocentos", conta. Chegou a ser problemático, diz. "Pedimos mais de duzentos por cento de reposição e normalmente não se trabalha com essa possibilidade.". Maria do Carmo e Rita apostaram num sapato muito específico, de madeira, lembrando o que usavam quando tinham uns 13, 14 anos, e com uma decoração da moda. Não fazem grandes quantidades nem querem, trabalhando um sapato muito artesanal. E, no Natal de 2008, outra ideia: pegar nos tamancos e transformá-los em botas. Outro êxito. Venderam as cerca de duas mil que mandaram fazer. Entretanto, lançaram-se também na produção de sandálias. Rita e Maria do Carmo mergulharam de cabeça num negócio em que nunca tinham trabalhado e em que lidam com outras empresas de calçado que vão na segunda, terceira e, às vezes, quarta geração na mesma família.
Pelo contrário, na Xuz vão na primeira geração ligada ao ramo e na sede, um escritório soalheiro na Lx Factory (Lisboa), trabalham as três pessoas dos quadros da empresa: as duas sócias e a secretária. Toda a produção é subcontratada. Indirectamente, calculam, dão trabalho "a pelo menos sessenta pessoas". Barcelos, São João da Madeira e Felgueiras são algumas das suas paragens.
"Não concorremos com outro modelo de calçado", dizem, apanhadas de surpresa com a transversalidade dos sapatos que "inventaram". Se os socos eram populares na faixa dos 40 anos, as botas chegaram a mulheres a partir dos 18 e, de repente, "ficaram uma tendência". Na Primavera/Verão de 2011 apresentaram até uma linha de criança. Além de artesanais, são também em número muito limitado. O preço também é exclusivo. Entre 60 e 85 euros umas socas e 160 a 200 euros umas botas.
As suas criações já fizeram parte das escolhas da revista Vogue italiana, conta Maria do Carmo, abrindo a revista. Além das fotografias de uma produção de moda em que entravam várias marcas de calçado português, ainda foram escolhidas para uma das páginas de shopping.
(retirado do artigo 1000 Motivos do nosso Orgulho publicado na 1000ª edição da revista Notícias Magazine)
http://www.xuz.com.pt/