ISTO É PORTUGAL! - Rodas, aros de bicicletas e lava-louças Rodi
Rodi
Origem: Eixo (Aveiro)
Foi fundada em 1952, com um negócio mais direccionado para as motos. Começou a apostar nos aros e nas rodas de alumínio, material que fez toda a diferença e abriu as portas à exportação.
(retirado do artigo 1000 Motivos do nosso Orgulho publicado na 1000ª edição da revista Notícias Magazine)
Blackjack
Camisola amarela europeia na produção de aros e rodas de bicicleta, uma metalúrgica portuguesa escolheu correr, também, para as cozinhas, com lava-louças que rodam o mundo.
Há ideias que valem ouro sobre... alumínio. À beira da falência, e ainda sob a designação de Abílio Rodrigues da Silva & Cunhado, Lda., a Rodi foi comprada, em 1976, por Armando Silva, proprietário da Confersil - à data, sua cliente - e pai de Armando Levi, actual administrador. Foi ainda na década de 80 que o destino da Rodi mudou. A fama das scooters japonesas já tinha deixado para trás as tradicionais motorizadas portuguesas Famel, Casal ou Macal, obrigando a metalúrgica a deixar de lado o mercado dos motociclos e os aros de ferro cromado. Mas foi pretexto para se aproveitar uma prensa de estampagem de depósitos de combustível de ciclomotores para fazer nada menos que lava-louças. O novo negócio não parou mais de acelerar, exportando hoje a firma para mais de 60 países.
33 000 metros quadrados albergam as duas unidades produtivas da Rodi que, juntas, somam 230 postos de trabalho. Destes, 150 dedicam-se a fazer rodar as 11 linhas de produção da fábrica de bicicletas, enquanto os restantes 80 mergulham na forja dos lava-louças que chegam às casas de todo o mundo. Na última década, a empresa aveirense investiu um total de 18 milhões de euros em inovação e na modernização das duas áreas: 6 milhões de euros na divisão de ciclismo, uma cifra depois duplicada no segmento doméstico que, em 1998, já tinha merecido uma fábrica e tecnologia nova. A meta alcançada de 5 milhões de aros e 400 mil rodas por ano, de um lado, e 250 mil lava-louças, de outro, agrada aos responsáveis que, assim, conseguem "consolidar o negócio". Mas não querem ficar por aqui: "a nossa capacidade de produção de lava-louças é ainda muito superior às vendas", afirmam.
Com 5 milhões de aros e 400 mil rodas produzidas a cada ano, divididos por duas marcas próprias, a Rodi segue na dianteira do mercado europeu dos aros de bicicleta, e entra na lista dos cinco maiores fabricantes de lava-louças da Europa. De há cinco anos para cá, a Rodi decidiu competir no segmento premium, com aros de ligas de alumínio mais leves e resistentes, criando a marca Blackjack. O preço subiu, assim como a qualidade. A próxima meta já está traçada: a alta competição, patrocinando equipas e ciclistas profissionais. Para se sagrar vitoriosa, terá de "investir 2 milhões de euros, nos próximos dois a três anos".
Em matéria de ciclismo, no pelotão de clientes desta metalúrgica têm lugar os "principais fabricantes europeus" de bicicletas, como a Orbea, Decathlon, Derby, Gazelle e Batavus.
Equipar a sua bicicleta com um par de rodas Rodi pode custar entre 20 a 30 euros. Se a escolha recair sobre a marca Blackjack, a factura aumenta para um valor entre os 75 e os 150 euros. O preço dos lava-louças varia entre os 25 e os 1000 euros.
(retirado do artigo "Portugal faz bem - Rodas da Fortuna" publicado na edição nº 994 da revista VISÃO)