ISTO É PORTUGAL! - Caiaques e canoas Nelo
Origem: Canidelo (Vila do Conde)
Maior fabricante do mundo de caiaques. Desde a sua fundação, em 1978, a empresa de Vila do Conde já produziu mais de 30 mil barcos para o mundo inteiro.
(retirado da reportagem 1000 Motivos do nosso orgulho publicada na 1000ª edição da revista Notícias Magazine)
Tudo começou em 1978, numa pequena fábrica de cinquenta metros quadrados, onde Manuel Ramos iniciou a construção das primeiras embarcações para usufruto próprio. Mas, à medida que os desportos náuticos começaram a evoluir em Portugal, o fundador resolveu apostar na aventura fora de portas, começando por entrar no mercado espanhol. Para trás ficaram anos e anos de aquisição de conhecimentos, experiência e aplicação de diversas tecnologias, ao ponto de ter atingido o zénite: hoje, é o maior construtor mundial de canoas e a fábrica de Vila do Conde expandiu-se para sete mil metros quadrados, na qual trabalham cem empregados. Não surpreende, por isso, que entre os maiores clientes se encontrem os melhores praticantes da modalidade, entre os quais diversos campeões olímpicos.
(retirado da edição nº 160 da revista EVASÕES)
Ainda Portugal não tinha zarpado para a prática federada de canoagem e já Nelo mostrava com quantos "paus" - na verdade, poliéster e fibra de vidro - se faz uma canoa. A Federação Portuguesa de Canoagem só surgiria um ano depois, mas desde 1978 que Nelo e a sua M.A.R. Kayaks lutavam por "fazer crescer a modalidade". Na década de 80, já os caiaques vila-condenses aportavam em Inglaterra, firmando o "primeiro grande passo" rumo a um recorde mundial: estarem presentes nos cinco continentes e venderem para cem países. Em 2000, a Federação Internacional foi mesmo obrigada a mudar os regulamentos para abarcar o desenho inovador dos caiaques Nelo.
Aos 51 anos, conduzindo os destinos da empresa que com ele cresceu e se fez campeã, Manuel Ramos não é o homem do leme da Nelo. Nelo é ele mesmo. Primeiro campeão nacional de canoagem, com 17 anos já fabricava as suas canoas, na garagem de um prédio de Vila do Conde. Depressa a alcunha Nelo passou a ser sinónimo daqueles que se tornaram os melhores caiaques e canoas do mundo. E o espírito competitivo que continua a correr-lhe na água e no sangue segue-o no negócio. Talvez por isso confesse "sentir aquilo que sentem os atletas quando sobem ao pódio". Não é para menos: a medalha de "ouro" mundial, com 75% do mercado, pertence-lhe.
Com 30 mil embarcações no currículo, a M.A.R. Kayaks - Caiaques Nelo para os amigos da canoagem - é líder mundial nas modalidades de flat water - maratona e sprints - e está a abrir caminho nas provas de slalom, em águas bravas. Marca de água dos campeões, os caiaques Nelo, feitos semiartesanalmente na fábrica de Canidelo, com resina de epoxy, fibras de vidro, carbono e kevlar, são desenhados e ajustados à medida das características individuais dos atletas.
36 medalhas embarcaram para Portugal, na bagagem da M.A.R. Kayaks, como saldo da presença em quatro edições consecutivas dos Jogos Olímpicos. A chama olímpica que se acendeu em Atenas, em 1996, iluminou o caminho dos caiaques Nelo na senda das vitórias, com cinco medalhas em Sidney, no ano 2000, 11 em Atenas, quatro anos depois - já como fornecedor oficial da prova - e 20 em Pequim, em 2008. Este ano, nos Jogos Olímpicos de Londres, o pódio promete voltar a ser o cais de chegada: todas as equipas, e 75% dos atletas, em competição seguem a bordo de caiaques e canoas Nelo.
Situa-se na Barragem da Aguieira o Centro de Alto Rendimento da Nelo que conquista praticantes e treinadores de todos os pontos do globo, com a qualidade atestada pelas 15 mil noites vendidas, em 2011, alojando atletas de mais de 30 países. Para além dos 2 mil caiaques e canoas produzidos anualmente, a empresa lusa rema ainda contra a maré da crise, conseguindo crescer, em média, entre 10% e 15% ao ano, com a aposta nas embarcações de recreio, em roupa técnica para canoagem e na organização de provas como os Nelo Winter e Summer Challenges.
(retirado do artigo Portugal faz bem - Há Nelo no cais publicado na edição nº 987 da revista VISÃO)