ISTO É PORTUGAL! - WS Energia
Origem: Porto Salvo (Oeiras) - a WS Energia está localizada no parque empresarial Taguspark
Com o sonho de dar um novo brilho à energia solar, uma spin-off do Instituto Superior Técnico (IST) conquistou o seu lugar no mercado fotovoltaico internacional, acreditando que a inovação, quando nasce, é para todos.
Portuguesa de nascimento, não obstante a nacionalidade italiana de um dos "pais", com apenas um ano, a WS Energia deu os primeiros passos graças a uma encomenda também com sotaque italiano: o Projecto Solaris para instalação de 30 painéis solares num centro comercial, na cidade de Saluzzo. Ainda que Itália continue a levar uma fatia substancial do bolo de 80% de exportações, a quota de mercado da WS Energia, dentro de portas, já ascende a 20%, iluminando 400 clientes. Com 25 megawatts de potência espalhados por Portugal, Espanha, Itália, Reino Unido e Suíça, a PME sedeada no Taguspark conseguiu resistir às intermitências da crise, com uma facturação de 5,1 milhões de euros, em 2011, vendendo mais do que no ano anterior, apesar de ter sofrido uma quebra nos preços de venda.
O que a universidade uniu, o negócio consolidou. O português João Wemans e o italiano Gianfranco Sorasio, dois investigadores do IST, aproveitaram a formação científica e o foco académico para, em 2006, dar à luz a WS Energia. A spin-off que depressa entrou na órbita internacional da energia solar, com a missão de desenvolver, rentabilizar e tornar o potencial fotovoltaico mais acessível, continua, passados seis anos, a empunhar a bandeira da inovação. Para mostrar que, debaixo do sol, ainda há muito de novo para explorar.
DoubleSun: o "primogénito" da WS Energia é uma tecnologia de espelhos e seguidores solares que duplica a produção de energia dos painéis fotovoltaicos convencionais.
HSUN: Em Janeiro estreou-se este sistema fotovoltaico de alta eficiência, que reduz em 95% o espaço das células solares e aumenta o tamanho dos espelhos, multiplicando por dez a radiação solar que chega aos painéis.
aSUN é o nome da nova plataforma de venda online de sistemas fotovoltaicos que permite ao cliente escolher uma combinação de serviços e componentes à sua medida, com os preços mais competitivos.
O tempo médio de retorno do investimento nestes módulos fotovoltaicos oscila entre os cinco e os sete anos, consoante os componentes e a localização geográfica da instalação. Os testes de produto são realizados no Oeiras Solarlab e junto de algumas das instituições universitárias parceiras. Quanto aos materiais utilizados no fabrico dos mesmos, a WS Energia afirma preferir e recorrer "na medida do possível" à produção assegurada pelo cluster solar nacional.
Dizem que a inovação é "a marca distintiva", que é em torno dela que o dia-a-dia deles gira. O mercado deu-lhes razão, logo no primeiro ano de vida, com o Prémio BES Inovação a ser atribuído à tecnologia DoubleSun. Mais recentemente, a WS Energia foi alvo de uma menção especial do júri, no Prémio PME Inovação COTEC-BPI de 2011, depois de ter garantido o seu lugar na Rede PME Inovação, em 2009.
Apostada em "desenvolver ferramentas que dêem poder às pessoas" - daí a máxima "Power to the people", em que power significa tanto poder como energia - esta sociedade de empreendedores tem na forja dois novos projectos que podem revolucionar o aproveitamento da energia solar em todo o mundo. O nome pomposo do primeiro - Smart-Grid Ready PV - esconde uma ideia simples: sistemas fotovoltaicos inteligentes, capazes de prever e controlar a sua produção eléctrica. Já o projecto RemotePV é a estrela da companhia, com a ambição de levar "energia estável, renovável e financeiramente suportável" até comunidades sem acesso a energia eléctrica.
Porque os bons filhos à casa tornam, a WS Energia juntou-se ao IST e à Fundação para a Ciência e Tecnologia para criar e financiar a Cátedra WS Energia. Com o objectivo de lançar uma estrutura global de investigação e inovação em "energia acessível", a empresa portuguesa torna-se, assim, também parceira de investigação do prestigiado instituto de ciência e tecnologia norte-americano MIT, através do programa MIT-Portugal. Outros protocolos de cooperação estendem-se à Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, à Universidade de Évora, ao Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto e a outras instituições internacionais.
(retirado do artigo "Portugal faz bem - A gerar ao sol" publicado na edição nº 986 da revista VISÃO)
http://www.ws-energia.com/np4EN/home.html