ISTO É PORTUGAL! - Papa Cerelac
Origem: Avanca (Estarreja)
A papa mais famosa do país é portuguesa, apesar do nome. Foi desenvolvida pelo Prémio Nobel da Medicina Egas Moniz, em 1936. Esta é uma marca inteiramente nacional - embora seja produzida sob os auspícios da Nestlé - e líder de mercado.
(retirado da reportagem 1000 Motivos do nosso Orgulho publicada na 1000ª edição da revista Notícias Magazine)
"Papa a papa, papa a papa Cerelac, Cerelac. Papa a papa, papa a papa. Cerelac." O trautear já leva pelo menos duas gerações e não há quem não conheça o ritmo ou reconheça a marca. O mesmo trautear, que antes era banda sonora de um anúncio de bebés rechonchudos a comerem grandes pratos de papa, é agora toque de telemóvel. A papa que fez crescer os avós é a avó das papas, mas é uma avó muito moderna. No Facebook multiplicam-se páginas e páginas dos fãs da papa. Há as oficiais e aquelas dos que garantem que continuam a adorar Cerelac mesmo já tendo ultrapassado a idade das papas. Nem o Bebé Nestlé se perdeu nos tempos.
A Cerelac comemora os seus 75 anos de existência. Uma história que começa a ser contada na Suíça e se instala em Avanca, à beira de Estarreja. O farmacêutico Henri Nestlé, preocupado com a elevada taxa de mortalidade infantil que existia na época, desenvolveu uma farinha láctea que pretendia substituir o leite materno quando a mãe não tinha leite para amamentar ou morria. As mesmas preocupações manifestava Egas Moniz. Visionário e empreendedor, o Prémio Nobel da Medicina português tinha criado em Avanca uma fábrica de transformação de leite, em 1923, e viu nesta farinha láctea uma solução para a diminuição da mortalidade infantil em Portugal. Os seus conhecimentos valeram-lhe o exclusivo da produção do produto em Portugal.
A fábrica de Avanca, que até então se dedicava ao leite em pó, começou a produzir a farinha láctea inventada por Henri Nestlé. Em 1936, a receita sofreu uma alteração e foi baptizada com o nome Cérélac, com os acentos que se perderam depois da internacionalização da papa. Ainda hoje é da fábrica de Avanca que sai toda a Cerelac consumida na Europa e nos PALOP. Ainda hoje, esta farinha láctea é fabricada com o leite dos Açores. Na pequena fábrica fazia-se tudo, até havia uma latoaria onde se faziam as latas para embalar a papa. Agora os tempos são outros e a pequena fábrica transformou-se numa grande fábrica onde trabalham cerca de 300 pessoas. O controlo de qualidade é uma das apostas da Nestlé sob o argumento de que, tratando-se de alimentação para bebés, justificam-se as elaboradas análises. Talvez por isso, o laboratório da fábrica de Avanca exiba orgulhosamente o reconhecimento de excelente que a Nestlé Mundial lhe atribuiu internamente.
O que significam 75 anos a cuidar dos bebés portugueses? "Significa algo de muito importante; é contribuir para as fundações do País. No fundo, é esta promessa de criar gerações saudáveis. Penso que é um contributo fundamental para a saúde do nosso país, que tem vindo a manifestar indicadores muito interessantes. A nossa mortalidade infantil é uma das mais baixas do Mundo e, sem dúvida, que também contribuímos para isso. O nosso objectivo é sermos reconhecidos como companhia de nutrição, saúde e bem-estar.", refere Fernando Carvalho, o responsável pela marca na Nestlé. A papa de todas as gerações continua a ser de cada uma das gerações. Não há quem faça uma papa que não acrescente um extra para comer umas colheradas roubadas dos pratos dos filhos ou netos.
Inovar tem sido a palavra de ordem, sobretudo quando se fala de uma marca com sete décadas de existência. Inovar para responder às necessidades dos bebés sem alterar o sabor porque, ao fim de todos estes anos, continua a haver espaço para explorar a farinha láctea e criar novos produtos a partir da invenção do Senhor Nestlé. Para 2012, haverá surpresas, é uma promessa. Por agora, a moda é descarregar o novo "Papa a papa", a circular pelas redes sociais.
(retirado do artigo "A avó das papas" publicado na edição nº 637 da revista FOCUS)
http://www.nestlebaby.com/pt/baby_nutrition/products/papas_cerelac/
