ISTO É PORTUGAL! - Tapetes Piódão
Origem: Arganil
Quando, em 1992, Carlos Fernandes Ribeiro se juntou a outros dois sócios - que acabariam por abandonar a empresa dois anos mais tarde, com o falecimento do fundador - para lançar a primeira pedra do Grupo Piódão, estava, na verdade, a puxar o fio de um negócio continuado por mais duas gerações dos seus herdeiros, com vista para o casario de xisto e lousa daquela que é uma das aldeias mais típicas de Portugal.
A paixão pelos têxteis artesanais fez a empresa pisar firme no mercado dos tapetes, chegando a abrir, em 2000, um segunda fábrica, em Espinho - entretanto encerrada - para dar conta das encomendas. Porém, recusando-se a ficar "na mão dos distribuidores", dez anos mais tarde estes produtores viraram-se para a produção de uma linha própria que, explica Filipe Silva, director de marketing, é a "menina dos nossos olhos", ainda que não seja o único sustento. Dedicada a coser o saber ancestral do artesanato com a irreverência da estética contemporânea, a marca Piódão prepara-se para mostrar mais novidades em 2012 e demonstra que não dá ponto sem nó: a comprová-lo, a Menção Honrosa que trouxe este ano da Estónia, nos DME Awards (Prémios Europeus de Gestão do Design), na categoria de pequena empresa.
É na fábrica de Arganil que ganham forma, cor e chão os tapetes e carpetes do Piódão Group, tufados à mão pelos trabalhadores da empresa. As ideias para o design e para as texturas também se alinhavam sob o testemunho silencioso da serra do Açor, contando com uma equipa de design residente e a colaboração pontual de designers, como Luís Nascimento e Filipe Alarcão ou os ateliês Pedrita, Zaven e Space Invaders.
Apostando na produção semiartesanal, "porque o mercado valoriza produtos individualizados e feitos à mão" e porque a razão entre o custo e a qualidade não compensa o investimento em maquinaria, é privilegiado o método esmirna ou hand tufted. A lã é cosida no tapete pelo verso, para ficar de pé, na face principal. Depois de aplicada a lã ponto por ponto, linha por linha, nascem os desenhos e formas, as misturas de materiais e os jogos de texturas e cores. A rematar, há ainda uma fase de acabamentos durante a qual se podem corrigir imperfeições e fazer o controlo de qualidade final.
Os tapetes Piódão têm preços de venda ao público que se estendem entre os 450 e os 500 euros o metro quadrado e podem ser encontrados em lojas de design, como a BCT Store, em Lisboa e no Porto. As encomendas também podem ser dirigidas directamente ao Piódão Group.
O respeito pelo meio ambiente também está entranhado nos tapetes Piódão. Os responsáveis da empresa garantem que apenas se admitem na sua composição fibras biodegradáveis e "naturais" - como a lã - ou "sustentáveis" - como a viscose, fabricada a partir da madeira ou da semente do algodão, e, em cujo processo de produção, já é possível minimizar os efeitos poluidores. Assim se vira a agulha a materiais derivados do petróleo como o nylon e o polipropileno.
1200 metros quadrados saem mensalmente da fábrica da marca. Para além da linha própria, há mais duas vertentes de negócio. A Piódão Pro, que produz tapetes personalizados, directamente para arquitectos e ateliês de design, bem como a Piódão Outsourcing. Este é o core-business da empresa e o seu "negócio mais rentável": representa 70% da produção, fazendo nascer produtos desenvolvidos para outras marcas mundiais conceituadas como as cadeias Rolf Benz, Moroso e Moooi.
(retirado do artigo "Portugal faz bem - Tapete exportador" publicado na edição nº 979 da revista VISÃO)
http://pt.piodaogroup.com/outsourcing.html