Cristiano Ronaldo recebeu hoje, numa cerimónia realizada num hotel em Madrid, a Bota de Ouro relativa à temporada 2010/11, prémio que distingue o jogador do Real Madrid por ter sido o melhor marcador das ligas europeias, graças aos 40 golos marcados ao serviço da equipa espanhola. Durante a cerimónia, Ronaldo esteve ladeado pelo "pantera negra" Eusébio e por Alfredo Di Stéfano, antiga estrela do Real Madrid.
Esta é a 2ª vez que o jogador português conquista a Bota de Ouro, depois de a ter recebido, em 2008, pelos 31 golos marcados ao serviço do Manchester United. Cristiano Ronaldo é também o 3º português a conseguir tal feito, depois de Eusébio (1967/68 e 1972/73 - Benfica) e Fernando Gomes (1982/83 e 1984/85 - F.C.Porto).
Em 105 jogos disputados pelo Real Madrid (esta é a 3ª temporada ao serviço do clube madrileno), Ronaldo já marcou 100 golos, o último dos quais na 3ª feira, frente aos franceses do Lyon, em jogo para a Liga dos Campeões.
Paulo Branco colecciona triunfos um pouco por todo o lado. O maior produtor independente da Europa é um homem que todos os cinéfilos do mundo conhecem. Engenheiro químico, sonhador, arrojado e criativo, infatigável jogador, domador de riscos, meio sedutor, meio ar de "bandido", pirata chique, o produtor que não seguiu as regras e para quem um filme constitui uma relação esquizofrénica entre a arte e a indústria, entre a capacidade de experimentar e a necessidade de obter os meios financeiros que lhe permitam a independência para o fazer.
Grande senhor do cinema, é o mais produtivo dos produtores europeus, com mais de 200 filmes, 70 dos quais portugueses. Graças ao seu trabalho, directores como Manoel de Oliveira, Wim Wenders ou Raoul Ruiz, entre muitos outros portugueses e estrangeiros, encontraram em Paulo Branco um produtor com quem partilhamos a sua paixão pelo cinema.
Manoel de Oliveira e Paulo Branco, ou vice-versa, têm alcançado uma importância fundamental, que vai para além do cinema português - abriram novos horizontes ao cinema europeu, sendo Paulo Branco o melhor representante do cinema autêntico, criando um espaço entre os grandes grupos de comunicação europeus e os interesses do colonialismo cultural de Hollywood como pilar da cultura cinematográfica europeia.
Paulo Branco responde ao cansaço evidenciado na imagética instituída pela produção em série, procurando que a sétima arte assim se continue a chamar, projectando, através da criatividade e energia das novas gerações, diferentes experiências e olhares sobre o mundo.
Portugal é hoje, seguramente, o maior dos pequenos países em matéria de cinema. Forneceu a esta arte alguns dos seus mestres incontestáveis, como Paulo Rocha, João Botelho, João César Monteiro, Pedro Costa, José Fonseca e Costa, Rui Simões, Teresa Villaverde, António Reis e, claro, o grande senhor Manoel de Oliveira, entre muitos outros.
O cinema português é de excelente qualidade, tem óptimos profissionais e obtém, pelo mundo fora, não apenas prémios, mas também audiências, constituindo um poderoso embaixador da nossa cultura.
"O filme chamado Portugal", onde somos todos produtores, realizadores e actores, não pode deixar de ser rodado e exibido pelas salas do mundo. A cada um de nós, como a ti, Paulo, cabe a coragem de continuar a correr riscos, de continuar a acreditar no poder das ideias e de nunca, nunca deixar de sonhar.»
(Setembro 2004)
Excerto do texto "A 7ª Arte de Paulo Branco", in"Portugal Genial", de Carlos Coelho