ISTO É PORTUGAL! - Código ColorADD ( código universal para daltónicos)
Origem: Porto
«Sistema interpretativo universal de cores para daltónicos criado por Miguel Neiva, professor na Universidade do Minho.»
(retirado da reportagem 1000 Motivos do nosso Orgulho publicada na 1000ª edição da revista Notícias Magazine)
«Crê-se que um décimo da população masculina mundial é daltónica. Contas feitas, haverá mais gente com dificuldade em distinguir as cores do que população nos EUA. Mas quando se fala de design inclusivo, ninguém pensa no daltonismo. Bem, quase ninguém: Miguel Neiva pensou e acabou por criar o primeiro sistema de identificação de cores para daltónicos, o ColorADD, que agora tenta implementar como código universal. "Há dois elementos essenciais para um código se tornar universal - forma e cor.", explicou o designer. A cada cor primária (vermelho, amarelo, azul) atribuiu um símbolo (triângulo, barra, triângulo invertido), aplicando depois a lógica da mistura de cores - se vermelho e amarelo dá laranja, então "triângulo" e "barra" dá "triângulo, barra". Adicionou um símbolo para branco (quadrado) e outro para preto (quadrado preenchido): associados às outras cores, dão o tom "claro" ou "escuro". A lista de aplicações é vasta: na escola primária, uma criança daltónica pode ter dificuldades acrescidas de aprendizagem. Informação: se tiver de se orientar numa rede de metropolitano sem o mapa de linhas por cores. Auto-estima: boa parte dos daltónicos precisa de ajuda para tarefas como escolher roupa. Segurança: na praia, distinguir a cor das bandeiras.
Na prática, o ColorADD já está a ser aplicado por várias entidades - o Hospital de São João, na triagem de doentes e na orientação do edifício; a Viarco, que lançou um estojo de lápis de cor etiquetado segundo o código; ou as tintas CIN, que trabalham num catálogo de 16 mil cores. No Brasil, onde o ColorADD foi nomeado (pela revista Galileu) uma das "Quarenta ideias para melhorar o mundo", está em estudo a adaptação do sistema aos semáforos. Miguel Neiva espera, com optimismo, que o projecto receba luz verde. Perdão, "barra, triângulo invertido".»
(retirado da edição especial da revista Evasões)
«Porque o Sol quando nasce é para todos, mas o amarelo pode não ser, um projecto inovador made in Portugal ajuda a pintar com novas cores o mundo dos daltónicos. Fazendo do design uma bandeira de inclusão social, foi no âmbito da tese de mestrado em Design e Marketing, pela Universidade do Minho, que o designer Miguel Neiva tirou o daltonismo da sombra, apresentando a proposta de um código universal para que os daltónicos identificassem as cores.
O pioneiro sistema de identificação de cores, eleito pela revista brasileira Galileu uma das 40 ideias que vão mudar o mundo, desenha-se numa ideia simples inspirada nas caixinhas de guaches que todos usávamos na escola. Como se misturasse a tinta nos godés, o ColorADD conjuga as três cores primárias - azul (cião), vermelho (magenta) e amarelo - e desdobra-a numa paleta de cores complementares. Cada cor primária é simbolizada por uma forma geométrica distinta.
Os responsáveis por este sistema elegem três áreas prioritárias de intervenção: educação, saúde e transportes. O ColorADD pode já ser visto a dar o tom e a orientação: nos catálogos das marcas CIN e Valentine e das cerâmicas Aleluia, nas caixas de lápis ColorADD da Viarco, nas pulseiras de triagem de Manchester e nos corredores do Hospital de São João, no Porto, na identificação e etiquetagem dos fármacos hospitalares e seringas, no Hospital dos Capuchos (Centro Hospitalar de Lisboa Central), nos mapas das linhas do Metro do Porto - a estação de Santo Ovídio, em Vila Nova de Gaia, foi a primeira a aplicar o sistema -, no parque de estacionamento da Fundação Champalimaud e nos têxteis Blankpage e Decode, entre outras parcerias ainda em desenvolvimento.»
(retirado do artigo "Portugal faz bem - Da cor da inclusão" publicado na edição nº 970 da revista VISÃO)