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11
Ago11

José Manuel Osório (1947 - 2011)

 

 

Faleceu hoje, aos 64 anos, o fadista e estudioso de fado José Manuel Osório.

 

Nasceu na antiga República do Zaire e, até aos 10 anos, viveu em África. O fado ouvia-se em sua casa, em especial na voz de Lucília do Carmo, mas, nessa altura, pouco lhe interessava, preferia a voz de Maria Callas. Foi só quando veio para Lisboa, aos 11 anos, que se apaixonou pela canção nacional e descobriu toda a sua beleza, nas vozes de Amália Rodrigues e José Pracana. José Manuel Osório morava na zona de Cascais e, desde muito novo, começou a frequentar as casas de fado daquela zona. Começou a frequentar e a participar nas colectividades e, aos 16 anos, ganhou a Grande Noite do Fado, feito que repetiu dois anos depois.

 

Gravou o seu primeiro disco em 1968, com poemas de Ary dos Santos, Lima Couto, Manuel Alegre, Mário de Sá-Carneiro, António Botto, João Fezas Vital, Luiza Neto Jorge, António Aleixo e Maria Helena Reis. Forte opositor do regime salazarista, cantava fados de intervenção. No ano seguinte, gravou o segundo disco e recebeu o Prémio da Imprensa para o Melhor Disco do Ano.

 

Editou mais dois discos e, na década de 1970, dinamizou o teatro amador, levando à cena dezenas de espectáculos que se apresentavam nas colectividades de Lisboa.

 

Iniciou as pesquisas sobre o fado em 1973 quando regressou a Portugal, depois de viver em Paris, e escolheu como matéria de investigação o fado operário e anarco-sindicalista, com a intenção de o cantar. Depois da Revolução de 1974, participa na fundação do grupo de teatro A Barraca, compõe músicas para peças de teatro e grava três discos de fado tradicional. O ano passado gravou o "Fado da Meia Laranja" para uma colectânea de José Luís Gordo.

 

José Luís Osório, que se tinha destacado como investigador de fado nos últimos anos, tendo coordenado as colecções discográficas "Fados da Alvorada" e "Fados do Fado", foi distinguido este ano com o Prémio Amália Rodrigues Ensaio/Divulgação, prémio que receberia em Novembro. Actualmente, estava a trabalhar numa pesquisa sobre a imprensa fadista e deixou para publicação um texto de introdução à reedição do livro "O Fado e seus censores", de Avelino de Sousa, censura essa sofrida pelo próprio José Manuel Osório.

 

Em 1984, foi-lhe diagnosticada uma infecção de VIH/Sida. Era o doente com Sida mais antigo de Portugal e membro da direcção da Liga Portuguesa contra a Sida. Pai do jornalista Luís Osório, José Manuel Osório ultrapassou largamente a fasquia que um dia colocou: viver, pelo menos, até aos 50 anos!

 

 

11
Ago11

"Street Art" portuguesa em destaque no "The Guardian"

              Obra de Alexandre Farto "Vhils", em Londres

 

 

Uma obra do artista português Alexandre Farto, em Londres, e um graffiti pintado em Lisboa pelos brasileiros Gémeos e o italiano Blu fazem parte da lista das 10 melhores intervenções de "street art" do mundo, elaborada pelo designer e especialista em arte urbana Tristan Manco, para o jornal inglês The Guardian.

 

O trabalho em destaque de Alexandre Farto (1987), também conhecido como Vhils, foi produzido em 2008 durante o evento de "street art" londrino Cans Festival, organizado pelo famoso Banksy. A obra retrata duas faces - uma de jovem e outra de uma idosa - que olham em direcções diferentes. A obra foi feita com recurso a uma das técnicas mais utilizadas por Vhils, que consiste em picar o estuque da parede revelando os tijolos por detrás, ficando o desenho em alto relevo.

 

O jornal refere-se assim ao artista português: "VHILS é um artista português que está constantemente a inovar com novas técnicas e métodos na sua arte. Muito do seu trabalho foca-se na natureza transitória da cidade, da sua história e na vida dos seus habitantes."

 

Outra das intervenções urbanas destacadas na lista do jornal inglês está em Lisboa, na Av. Fontes Pereira de Melo, e é um graffiti elaborado pelos brasileiros Gémeos e pelo italiano Blu. A pintura foi criada em Maio de 2010, no âmbito do projecto "Cronos", que convidou artistas nacionais e estrangeiros a dar cor a edifícios devolutos da capital portuguesa. A imagem remete para o desastre do golfo do México e mostra um homem com uma coroa de ouro a consumir o planeta Terra com uma palhinha, como se fosse um refrigerante.

 

Graffiti em Lisboa

 

 

E, para conhecer um pouco mais da obra de Alexandre Farto "Vhils":

 

http://alexandrefarto.com/

 

 

 

                      (videoclipe do tema M.I.R.I.A.M. dos Orelha Negra)

 

 

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