A Sagrada Família (RTP1)
«Numa antiga casa apalaçada, com salas bem conservadas mas com outras em degradação, vive a família Rabello d'Aguiar, outrora muito rica mas ainda com uma razoável fortuna, talvez mal distribuída. Debaixo do histórico tecto vivem, actualmente, Maria Ignácia, viúva do respeitado advogado Raúl Rabello d'Aguiar, e os seus filhos Duarte, Mafalda e Maria da Anunciação. Duarte é casado com Madalena e Mafalda vive a sua paixão pelo marido Américo, uns anos mais novo. Na cozinha, podemos encontrar a empregada brasileira Madenusa, uma excepção naquele lar porque é a única pessoa que sabe o que é trabalhar. Depois da morte de Raúl, a fortuna foi deixada em partes quase iguais a Ignácia e aos três filhos. Com uma incrível rapidez os três filhos torraram a parte que lhes cabia, trocando os investimentos seguros do pai por negócios parvos, férias, acções infalíveis que faliram, casinos, etc. A mãe, triplicou a fortuna. Tem milhões no banco e conserva outro milhão em escudos, escondidos, a que a família quer deitar a mão antes que seja tarde e já não seja possível trocá-los por Euros. Queimada a fortuna, os filhos e respectivos vêem-se obrigados a viver na casa de Ignácia. Como se recusam a trabalhar instalam, às escondidas, uma espécie de empresa de acontecimentos alugando parte do palácio para os mais diversos fins – casamentos, baptizados, filmes pornográficos, reunião de mágicos, academia de futebol, etc. Tudo, sem que a mãe se aperceba do que se passa. Porque, se Ignácia descobrir, eles sabem que o tecto trabalhado do palácio que agora os protege será substituído pelo tabuleiro de uma ponte.