Lídia Jorge é distinguida com Prémio Latinidade 2011 e lança novo romance
A escritora Lídia Jorge foi distinguida com o Prémio da Latinidade "João Neves da Fontoura" 2011. O júri deste ano, presidido pelo ensaísta Eduardo Lourenço, consagrou, por unanimidade, a escritora portuguesa e justificou esta distinção "pela consagração da sua obra como escritora que muito tem contribuído para o enriquecimento do património cultural e literário do Portugal contemporâneo".
A União Latina é a entidade responsável por este galardão que, até 2008, se designou por Prémio da Latinidade "Troféu Latino" e, em 2009, mudou para Prémio da Latinidade "João Neves da Fontoura", em homenagem ao ministro dos Negócios Estrangeiros brasileiro a quem se deve a criação da União Latina como organização internacional. Em anos anteriores, foram distinguidos o cineasta Manoel de Oliveira (2002), o ensaísta Eduardo Lourenço (2003), o arquitecto Álvaro Siza Vieira (2004), o ex-Presidente da República Mário Soares (2005), a investigadora de estudos clássicos Maria Helena da Rocha Pereira (2006), o historiador José Mattoso (2007), o actor e encenador Luís Miguel Cintra (2008), o artista plástico Júlio Pomar (2009) e o arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles (2010).
Fundada em 1954, a União Latina é composta por 36 Estados de língua oficial ou nacional românica e tem como objectivo promover a reflexão sobre os valores culturais e linguísticos do conjunto da comunidade latina e a consciência da identidade cultural comum destes povos.
Lídia Jorge nasceu em Boliqueime (Loulé), em 1946. Licenciou-se em Filologia Românica, na Universidade de Lisboa, deu aulas, escreveu 15 livros, entre romances, antologias de contos e uma peça de teatro. O seu primeiro romance, "O Dia dos Prodígios", foi publicado em 1980 e considerado marcante num período em que se tinha iniciado uma nova fase da literatura portuguesa.
Esta semana foi lançado o mais recente romance de Lídia Jorge, "A Noite das Mulheres Cantoras". A acção decorre no final dos anos 80 do séc. XX e foca o tema do êxito e dos ídolos, visto a partir do interior de um grupo, narrado 21 anos mais tarde, na forma de um monólogo.