Artur Agostinho nasceu a 25 de Dezembro de 1920, em Lisboa. Acabado de completar 90 anos de idade, foi hoje agraciado com a Comenda da Ordem Militar de Sant'Iago de Espada, num dia que considerou ser "um dos mais felizes" da sua vida.

Jornalista desportivo, locutor de rádio, apresentador de televisão e actor, Artur Agostinho é, sem dúvida, um dos rostos mais queridos dos portugueses.

Como actor, participou nos filmes "Cais do Sodré" (1946), "O Leão da Estrela" (1947), "Capas Negras" (1947), "Cantiga da Rua" (1950), "Sonhar é fácil" (1951), "O Tarzan do 5º Esquerdo"(1958), "Dois dias no Paraíso"(1958), "O Testamento do Senhor Napumoceno"(1997), "A Sombra dos Abutres" (1998) ou "Tudo isto é Fado" (2004).

Entrou também em várias séries e telenovelas, como "Casa da Saudade", "Ana e os Sete", "Inspector Max", "Pai à força" ou "Perfeito Coração", entre outras.

Apresentou o primeiro concurso da televisão portuguesa, "Quem Sabe, Sabe", assim como programas como "O Senhor que se segue" ou "No tempo em que você nasceu", entre outros.

Artur Agostinho foi também um dos mais brilhantes relatores desportivos de sempre aos microfones da Emissora Nacional de Radiodifusão, onde cada relato era de feito de forma entusiasta e empolgante. Fez também parte do departamento desportivo da Rádio Renascença, nos anos 80.

Foi proprietário de uma agência de publicidade, dirigiu o diário desportivo "Record" entre 1963 e 1974, e, em 2005, regressou ao jornal como colunista e patrono do prémio destinado a premiar o desportista do ano e que, este ano, foi entregue ao treinador de futebol José Mourinho.

Mas o talento de Artur Agostinho também se estende à escrita: em 1977, escreveu o livro "Português sem Portugal" e, em 2009, lançou "Bela, Riquíssima e além disso... Viúva".

Uma vida rica e preenchida de um homem que ainda tem muito para dar ao País. Um verdadeiro exemplo de um grande ser humano apaixonado por tudo o que faz!

Obrigada, Artur Agostinho!

Os álbuns "Troubador", de Lula Pena, e "Protegid", de Carmen Souza, estão entre os melhores do ano, na categoria de world music, para o portal internacional PopMatters.

Em relação ao álbum de Lula Pena, o crítico Richard Elliott começa por dizer que 2010 foi mais um ano de sucesso para o fado português e seus derivados, elogiando o quarto álbum da "brilhante jovem fadista" Ana Moura e também o segundo álbum dos Deolinda. Mas destaca que a grande surpresa veio mesmo de Lula Pena e do seu muito esperado novo álbum - o último, "Phados", foi lançado em 1998. Richard Elliott destaca o facto de a cantora portuguesa conferir uma nova sonoridade ao fado, conjungando-o com a música folk, a "nueva canción" latino-americana, a canção francesa e a pop anglo-americana. Um dos temas destacados é a versão do clássico de Amália Rodrigues, "Fado de cada um": "É espantosa, assim como a última faixa do álbum, onde confluem dois temas fora do universo do fado: « Nature Boy», de Eden Ahbez, e «Pollen», de Mirah".

O álbum "Protegid", da lisboeta de origem cabo-verdiana Carmen Souza, foi também eleito um dos melhores do ano. O crítico Deanne Sole elogia a inovação de Carmen Souza. No álbum, que mistura o lamento de Cabo Verde com o jazz de Ella Fitzgerald, Carmen Souza "canta como se cada sílaba merecesse a sua própria personalidade complexa". A fusão de sonoridades feita pela cantora portuguesa é considerada inteligente e a sua entrega "tem alma e calor". O crítico termina dizendo que "Protegid" é um "álbum fantástico".