A Academia Portuguesa da História (APH) distinguiu hoje José Hermano Saraiva como "grande divulgador" da História de Portugal e elegeu-o académico de mérito. Manuela Mendonça, presidente da APH, disse à Agência Lusa que "A Academia achou que nesta sua idade, era bonito, agradável, marcar um momento de confraternização com um homem que fez muitos portugueses conhecer a História de Portugal.".

Natural de Leiria, José Hermano Saraiva completou 91 anos no passado dia 3 de Outubro. Presença constante nos ecrãs da televisão portuguesa, ao longo das últimas quatro décadas, com os seus programas sobre a História de Portugal, onde dá a conhecer a nossa história de uma forma muito peculiar e entusiástica. A sua colaboração na RTP começou por volta de 1970 com o programa "O Tempo e a Alma", seguindo-se "Histórias que o tempo apagou", "Horizontes da Memória" e "A Alma e a Gente", actualmente em exibição na RTP2.

Licenciado em Histórico-Filosóficas, em 1941, e em Ciências Jurídicas, em 1942, exerceu advocacia e foi professor do ensino secundário. Entre outros cargos, foi director do Instituto de Assistência aos Menores, Ministro da Educação, embaixador de Portugal em Brasília, deputado à Assembleia Nacional e procurador à Câmara Corporativa. Na área da História, publicou cerca de 20 livros, na área da jurisprudência editou sete títulos e, na área da pedagogia, publicou cinco títulos.

José Hermano Saraiva é membro da Academia Portuguesa da História, da Academia das Ciências de Lisboa, da Academia de Marinha e do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Foi distinguido com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, a Grã-Cruz da Ordem do Mérito do Trabalho, a Comenda da Ordem de N.S.da Conceição de Vila Viçosa e a Grã-Cruz da Ordem de Rio Branco (Brasil).

Muito obrigada, Professor, por tudo o que nos tens ensinado, ao longo destes anos, sobre a História do nosso País!

Começa amanhã mais uma edição do doclisboa, Festival Internacional de Cinema. De 14 a 24 de Outubro, serão exibidos 203 filmes (cerca de 40 são de produção nacional) em diferentes salas da cidade de Lisboa: Culturgest, Cinemas São Jorge, Londres, City Classic Alvalade e  Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema.

O festival divide-se em três secções: Competição Internacional (longas, médias e curtas metragens); Investigações e Competição Portuguesa. Haverá retrospectivas de 3 importantes nomes da área do cinema documental: Joris Ivens, Marcel Ophuls e Jorgen Leth. No que toca às programações temáticas, o cartaz é composto por "A Cidade e o Campo", "Homenagem ao Documentário Suíço", "Riscos" e "Heart beat". Haverá ainda "masterclasses" e encontros informais com realizadores.

O filme "José & Pilar", de Miguel Gonçalves Mendes, abrirá o doclisboa 2010. Esta obra teve a sua estreia mundial no Festival do Rio de Janeiro, a 25 de Setembro, e recebeu excelentes críticas.

Aqui ficam os trailers de 4 filmes nacionais que tenho muita curiosidade em ver:

"José & Pilar", de Miguel Gonçalves Mendes (dias 14 e 17 - 21h00 - Grande Auditório da Culturgest)

"Retrato da relação entre José Saramago e a sua mulher, Pilar del Rio, através do registo do dia-a-dia em Lanzarote e das suas viagens de trabalho pelo mundo. O filme relaciona o romance «A viagem do elefante» com a própria experiência do autor durante o processo de criação deste livro."

"O Manuscrito Perdido", de José Barahona (dia 17-20h45-Peq. Audit. Culturgest/dia 20 -19h00-Grande Audit.Culturgest)

"Há pouco tempo, tive oportunidade de viajar pela Baía. Passei por Cairu, uma pequena cidade perdida, que segundo dizem foi uma das primeiras fundadas pelos portugueses no Brasil. Aí um Frei me contou a história de Fradique Mendes, um famoso aventureiro português que ali se instalara no século XIX. Na urgência da fuga, Fradique teria deixado certo manuscrito que, segundo o Frei, reflectia sobre as origens da sociedade brasileira e se pronunciava sobre questões sociais: os excluídos, a escravatura, as lutas dos índios."

"Viagem a Cabo Verde", de José Miguel Ribeiro (dia 21-19h00-Grande Audit. Culturgest)

"Esta é a história de um longo passeio de 60 dias por Cabo Verde. Sem telemóvel, sem relógio, sem planos do que fazer a seguir - apenas o essencial na mochila."

"Complexo:Universo Paralelo", de Mário Patrocínio (dia 22-21h00-Grande Audit. Culturgest)

"No Rio de Janeiro, dois irmãos portugueses aventuraram-se na mais temida favela do Brasil, o Complexo do Alemão, onde moram 300 mil pessoas. Durante muito tempo foi o maior paiol de drogas e armas da cidade. «Complexo:Universo Paralelo» retrata o dia-a-dia nesse mundo contraditório e perigoso. Os responsáveis da maior facção criminosa do Rio falam de forma íntima do crime e da vivência no tráfico."