Matilde Rosa Araújo (1921 - 2010)
Faleceu hoje a escritora, especializada em literatura infantil, Matilde Rosa Araújo. Natural de Lisboa, foi autora de livros de contos e poesia para adultos, como "Estrada sem nome", "Praia Nova", "O Chão e as Estrelas" e "Voz Nua", e de mais de 20 livros de contos e poesia para crianças, como "O Palhaço Verde", "Camões Poeta, Mancebo e Pobre", "A Velha do Bosque", "O Gato Dourado" ou "Lucília e Antenor", entre muitos outros títulos.
A sua carreira foi, várias vezes, distinguida: Grande Prémio de Literatura para Criança da Fundação Calouste Gulbenkian (1980); Prémio para Melhor Livro Estrangeiro da Associação Paulista de Críticos de Arte de São Paulo (1991, por "O Palhaço Verde); Prémio Gulbenkian do Melhor Livro para a Infância publicado no biénio 1994-1995 (1996 - livro de poesia "Fadas Verdes"). A 8 de Março de 2003, Dia da Mulher, foi condecorada com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente da República de então, Jorge Sampaio, e, em 2004, foi distinguida com o Prémio Carreira, da Sociedade Portuguesa de Autores.
A Escola Básica 2/3 de São Domingos de Rana e a Biblioteca Municipal de Alcabideche adoptaram o nome da escritora, que foi também homenageada com a criação de prémios literários em Cascais e Trofa.
Matilde Rosa Araújo teve uma carreira ligada ao ensino, à defesa dos direitos das crianças e à literatura infantil. Entre livros para crianças e adultos, escreveu cerca de 40 obras. Em Outubro, será publicado o inédito "Florinda e o Pai Natal", com ilustrações de Maria Keil. Com o desaparecimento da escritora, a literatura portuguesa fica mais pobre e, muito em particular, a literatura infantil perde umas das suas estrelas mais brilhantes.