Biólogos portugueses descobrem novas espécies marinhas
Uma equipa de biólogos da Universidade de Aveiro, em associação com 39 instituições europeias, descobriu 30 novas espécies no oceano profundo, entre as quais um coral cor-de-rosa, um pequeno lagostim, 20 crustáceos, 4 bivalves e várias minhocas.
O Pojecto Hermione, financiado pela Comissão Europeia, já possibilitou a realização de vinte campanhas. Em Portugal, esta investigação centra-se nas zonas do Golfo de Cádis, a sul do Algarve, e nos canhões submarinos da Nazaré, Setúbal e Cascais, além do arquipélago dos Açores. A Professora Marina Cunha, coordenadora da investigação, realçou que, no decorrer do trabalho, os investigadores concluíram que estas zonas marinhas portuguesas "têm uma biodiversidade muito grande comparada com outras áreas do Atlântico, têm um elevado número de espécies que ainda não foram descritas e uma grande importância para a ecologia das regiões."
A cientista explicou ainda em que consiste este projecto: "O Hermione veio dar continuidade ao trabalho iniciado com o projecto Hermes, cuja investigação se debruçou sobre as dimensões, distribuição, biodiversidade e funcionamento dos ecossistemas. Os estudos que estamos a desenvolver agora têm uma maior incidência sobre a conectividade dos habitats e a compreensão dos impactos provocados pelas alterações climáticas e pelo Homem. O objectivo último é fornecer aos decisores políticos o conhecimento científico necessário para apoiar a governação sustentada dos nossos mares e a conservação desses ecossistemas."
Para tal, a equipa de biólogos portugueses tem recorrido a modelos oceanográficos, onde simulam as trajectórias que determinam a dispersão e reprodução de organismos profundos. O Projecto Hermione termina em 2012, mas Marinha Cunha diz que a investigação não se esgota aqui e poderá abrir portas para novas linhas de pesquisa.
Para acompanhar este projecto, pode ir a http://www.eu-hermione.net/