NOVOS TALENTOS - Nico Guedes
Nico Guedes, de 31 anos, pertence àquele tipo de criativos aos quais é difícil atribuir uma profissão ou um epíteto, tal a quantidade de actividades que desenvolve e de talentos que tem. Nascido no Porto, é, desde os 15 anos, baterista e percussionista e toca em quatro bandas portuguesas - Budda Power Blues, Pagú Escangalhado, Balão de Ferro e Monstro Mau -, com 11 discos editados, do blues à bossa nova, do rock ao funk luso-brasileiro.
É também escultor, realizador e director criativo de uma das poucas produtoras de filmes de animação (New Animation Lab) especializada na técnica de stop motion. De máquina fotográfica na mão, a fazer a vez da de filmar, dá vida e história a objectos e bonecos, em estúdio. Boa parte dos anúncios que podem ser vistos na televisão com bonecos, aspiradores, ferramentas ou móveis que mexem como que por magia são da sua autoria. Foi ele o realizador do videoclipe "Mundos Mudos", dos extintos Da Weasel, e ganhou em 2008 o prémio de melhor videoclipe de animação, no Festival Vimus, da Póvoa de Varzim, com "Mostro o meu Monstro Mau", do grupo Monstro Mau. Está agora em início de rodagem da curta-metragem "Barbel X", que mistura animação com actores reais. O próximo passo de Nico é uma longa-metragem de animação. "Tenho muitas histórias e bonecos para animar", diz.
Além de todas estas actividades, Nico Guedes começou a fabricar baterias, que constrói artesanalmente à medida e ao gosto de cada músico. Juntamente com um sócio, o engenheiro civil André Nunes, propôs-se produzir baterias "com o melhor som, a melhor estética e o melhor material do mercado". A piscar os olhos aos clientes profissionais e semi-profissionais. "Andei muitos anos à procura de uma bateria que me enchesse as medidas, com sonoridade vintage, bonita e diferente da maioria. Só encontrava modelos estandardizados, formatados com um som híbrido." Uma das suas baterias, que baptizou com o nome Catdrums, pode custar em média entre 2500 e 3000 euros.
(retirado do artigo "A vida de Nico é uma animação" publicado na edição nº 2105 da REVISTA do jornal Expresso)